Sistema de compra de produtos da agricultura familiar é referência nacional

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Atualizado há 9 anos

O sistema eletrônico usado pela Secretaria de Estado da Educação para compra e controle dos alimentos da agricultura familiar será implantado em outros Estados. O modelo foi apresentado nesta quinta-feira (23) para representantes da Fundação Banco do Brasil e será levado para outros órgãos educacionais, agricultores e setores público e privado do País.

O cadastramento das cooperativas e associações para fornecimento de gêneros alimentícios da merenda escolar é feito on-line e facilita a compra e entrega dos alimentos às escolas da rede estadual.

Uma das principais dificuldades para a aquisição e entrega dos alimentos era a dimensão do fornecimento de gêneros para 1,2 milhão de alunos matriculados na rede estadual de ensino de acordo com as características e fatores que interferem na produção e distribuição dos alimentos.

“Este problema foi solucionado com uma ferramenta que organiza e classifica as propostas das cooperativas para fornecimento dos alimentos de acordo com a produção e a proximidade das cooperativas com as escolas”, explicou a diretora de Infraestrutura e Logística da Secretaria, Márcia Stolarski.

Para o diretor executivo da Fundação Banco do Brasil, Vagner Lacerda Ribeiro, o programa paranaense é modelo para o Brasil na classificação, compra e distribuição de alimentos oriundos da agricultura familiar e geração de renda para o pequeno agricultor.

“O sistema desenvolvido aqui no Paraná é inovador”, disse Ribeiro.

Em 2013 o sistema paranaense venceu a 7ª Edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social como uma das melhores tecnologias sociais do Brasil.

QUALIDADE E RENDA – A merenda escolar passou por uma profunda transformação nos últimos anos com a aquisição de produtos da agricultura familiar.

Uma vez por semana as escolas da rede estadual, Apaes e unidades conveniadas recebem frutas, verduras, hortaliças, panificados, polpas de frutas, sucos e geleias direto do produtor.

“Hoje os alunos consomem alimentos mais nutritivos e variados. São duas ou três variedades de frutas diariamente, além de verduras e hortaliças frescas”, destacou Edson Blum, diretor do Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Além de diversificar o cardápio escolar, a compra dos alimentos também contribuiu para a geração de empregos no campo e aumento da renda dos pequenos agricultores. “Eles têm a certeza de que vão vender os produtos que estão produzindo e isso os motiva. O retorno é visível. Além de investir em equipamentos, os nossos associados estão gerando empregos em seus municípios”, contou Marcelo Passos, o diretor presidente da Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia do Paraná (Aopa). A associação conta com 813 membros de 17 municípios.

INVESTIMENTOS – Neste ano, a Secretaria de Estado da Educação vai investir R$ 45 milhões na compra de alimentos da agricultura familiar para a merenda das escolas. São 15.487 toneladas de produtos, dos quais 2.484 são orgânicos.

Ao todo, 128 instituições de agricultores familiares estão cadastradas no sistema eletrônico para chamada pública. São 81 itens alimentícios de 11 grupos diferentes para a merenda: açúcares, carne e ovos, cereal, feijão, frutas, hortaliças, iogurte e similar, legumes, leite, outros lácteos, panificados e sucos.