Wagner Kausin não esconde de ninguém a sua opção sexual. Hoje, aos 19 anos, confirma estar namorando e que seu companheiro mora em Curitiba (PR), atual residência também do jovem que saiu há mais de um ano do bairro Limeira, em União da Vitória, para buscar na dança uma nova oportunidade de trabalho.
É lá que ele é feliz. Ele foi aprovado entre os 89 bailarinos do País para iniciar os estudos na Escola de Dança do Teatro Guaíra. As aulas iniciam no dia 3 de março.
O jovem bailarino no sábado, 25, esteve visitando a Super Rádio Difusora União e, na ocasião concedeu entrevista onde revelou ter sido vítima de violência homofóbica, aqui no Vale do Iguaçu. “Eu já apanhei e apanhei muito. Já ouvi que dança não é ‘coisa’ para homens. Mas tudo isso serviu para levantar a cabeça e ir em frente”, relata.
Wagner apanhou de pessoas que o julgaram, antes mesmo de conhecê-lo. “É muito triste! Não estou fazendo nada de errado. Estou conquistando um espaço profissional e vou conseguir”.
O jovem que já foi convidado para dançar em cruzeiros internacionais em 2018 conta que todo o ‘cachê’ será destinado para a abertura de um espaço para oferecer aulas de danças aos moradores do bairro Limeira. A intenção é firmar junto ao Executivo um projeto social.
Violência
Segundo números do Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDHPR), os episódios de preconceito contra gays, lésbicas, travestis e transexuais superaram a marca de 6,5 mil reclamações, em 2016. A cada hora, um homossexual sofre algum tipo de violência no Brasil. Nos últimos quatro anos, o número de denúncias ligadas à homofobia cresceu 460%. Os jovens são as principais vítimas dos atos violentos e representam 33% do total das ocorrências. A cada quatro casos de homofobia registrados no Brasil, três são com homens gays.
Confira a entrevista de Wagner Kausin na íntegra: