Tempo instável dificulta execução de trabalho em União da Vitória

Moradores tomam a iniciativa e ajudam na recuperação de pequenos problemas

·
Atualizado há 8 anos

Patrolagem
Morador com a mão na massa no Bom Jesus: iniciativa garantiu buracos fechados na rua

Não é exatamente o que a prefeitura, especialmente a Secretaria de Obras, gostaria, mas, acontece. Na semana passada leitores enviaram à redação de O Comércio imagens de um morador do Bairro Bom Jesus com a “mão na massa”. Por iniciativa própria, ele tampou alguns buracos de sua rua com entulho. A medida, garante o internauta que enviou a mensagem, é por conta da ausência das máquinas da prefeitura no endereço.

A Secretaria de Obras se defende e tem no tempo, ou melhor, na instabilidade dele, sua justificativa para um cronograma que, de fato, está atrasado. Conforme o responsável pela pasta, Márcio Roiek, a falta de uma previsão exata engessa a agenda de trabalho que, aliás, é extensa, mas perfeitamente resolvida em duas semanas de estabilidade. “Com 15 dias de tempo bom, com sol, deixamos a cidade zerada”, garante.

Até lá, é preciso ir se organizando como possível. “Faz 60 dias que chove. De manhã temos uma previsão, a tarde outra. Em algumas situações, se der chuva, eu acabo prejudicando a comunidade ao invés de ajudar”, explica. É o caso do que ocorre no São Gabriel. No bairro, uma rua íngreme é “patrolada”. Acontece que se chover, a via vira um lamaçal. “Mas se não chove e não vamos até lá, somos cobrados por isso. É um dilema”, pontua o secretário. “É quase um jogo de loteria”, completa.

Obras na agenda

Para esta semana, a equipe da Secretaria de Obras tem várias intervenções previstas. Além do Bairro São Gabriel, a pasta tem outras dívidas. É o caso, por exemplo, da “lombada” de asfalto da Rua Clotário Portugal com a Professora Amazília. O problema já foi inclusive mostrado em O Comércio há algumas semanas. Vias de São Cristóvão e da Região Sul também estão no cronograma. A decisão de iniciar ou não a obra depende do tempo. “A gente precisa agora ser responsável. Infelizmente, é uma angústia”, enfatiza.

Sobre a ajuda popular

Roiek admite que ver a comunidade trabalhando no que deveria ser responsabilidade da prefeitura não é exatamente agradável. Mesmo assim, não vê com maldade ou até piedade essa forçinha. Na verdade, para o secretário, neste momento, ela é até bem-vinda. “Claro, o ideal é que os moradores não precisassem fazer isso, mas neste momento, ajuda”, sorri.

Nesta corda bamba da instabilidade, fica a dica: tirar folhas das bocas-de-lobo, tapar um buraco com entulho e recolher o lixo acumulado não faz mal à ninguém.