TRAGÉDIA NA SERRA: MP pede R$ 30 milhões em indenizações

Ação Civil é em favor das vítimas do acidente que no dia 14, completou dois anos. Tragédia deixou 51 mortos

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Atualizado há 4 anos

 

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Nada mudou: imagens feitas nessa semana pelos militares de Campo Alegre são quase iguais de dois anos atrás. (Foto: Divulgação\Polícia Rodoviária).

A Ação Civil ainda está no seu início, mas impressiona. Conforme informações cedidas pela Vara Civil de União da Vitória, o Ministério Público (MP) local pede R$ 30 milhões em indenizações em favor das vítimas dos 51 mortos no acidente com o ônibus da Costa & Mar. O desastre, na Serra Dona Francisca, em Santa Catarina, foi em 14 de março de 2015. Na ocasião, os passageiros – a maioria da região de União da Vitória – viajava para o litoral, para um encontro religioso.

Conforme a Vara Civil, oito veículos da empresa já estão bloqueados – inclusive o ônibus envolvido no acidente. A frota será colocada à leilão e caso sejam vendidos, o valor será entregue às famílias das vítimas. Também foi verificado se existem valores em nome da sócia-proprietária da empresa, Maria Gaias, mas nada foi encontrado. Ela foi procurada pela reportagem, porém, não se manifestou. O filho do motorista – também morto no acidente – Sérginho da Costa, ainda não foi encontrado para receber a citação (comunicação de que existe o processo), até o momento.

Turismo mórbido

Os destroços do ônibus acidentado continuam no posto policial rodoviário de Campo Alegre (SC). Conforme o sargento Moeck, da Polícia Rodoviária, a imagem é forte mas se tornou uma mórbida atração turística. Não raro, viajantes param no posto, tiram fotos dos destroços e no local do acidente, se arriscam, estacionando em locais inadequados para ver melhor onde o ônibus caiu. “As pessoas param, quase diariamente, para ver o ônibus, perguntar porque ele está parado até hoje. Não temos como tirar o ônibus daqui para evitar este tipo de transtorno”, conta.

Por estar bastante danificado, o carro também é local para proliferação de insetos. A Vigilância Sanitária de Campo Alegre, tem feito visitas rotineiras no quartel, orientando os militares a limpar o espaço sempre que possível e nessa faxina, eliminar possíveis focos do mosquito transmissor da Dengue, por exemplo.

Ainda segundo o Sargento, a presença dos destroços não tem reduzido os acidentes. Este efeito, garante o militar, só teve êxito mesmo logo depois do acidente, por conta de toda a repercussão que ele teve. Dois anos depois, a memória tem a tragédia como registro, mas ele já não é mais tão nítido. “Nossa rodovia está boa, porém as pessoas não respeitam. Infelizmente uma ultrapassagem feita em um local errado, já gera o acidente. Temos uma região de serra, onde o nevoeiro baixa muito, e isso acontece”, lamenta.