Trincheiras prontas garantem recuperação de perdas

Déficit contabilizado à beira da estrada já está recuperado, segundo donos de empreendimentos na BR-153

·
Atualizado há 9 anos

Por Mariana Honesko

obras-acesso-trincheiras (1)
Intervenção alterou panorâmica em 75 quilômetros da rodovia. (Fotos: Mariana Honesko).

Desde 2011, 75 quilômetros de trecho na BR-153 foram “mexidos”. Neles, além de nova pavimentação na malha asfáltica, vários acessos foram alterados. Alguns, e de modo especial, os de ligação da rodovia com União da Vitória.

Ocorre que, na área urbana da cidade, vários estabelecimentos comerciais precisaram se adaptar à intervenção. Na época da construção houve quem perdeu dinheiro. O caso é comum e compartilhado entre donos de postos de combustíveis, hotéis e até casas noturnas. Por conta da dificuldade na mobilidade, embora temporária, o movimento caiu e a renda “minguou”.

obras-acesso-trincheiras (4)
No Hotel Moro, movimento que havia caído na época da construção das trincheiras, já foi recuperado

Mas, conforme os proprietários ou representantes da cadeia de empreendimentos, o tempo é outro. “Já recuperamos e até aumentamos o que tínhamos perdido”, confirma o gerente do Hotel Moro, Marcos Sérgio Moro. Segundo ele, durante a obra, poucos se hospedavam por lá. Na época, diz Moro, o acesso então difícil ao hotel – no km 448, ao lado do trevo de Porto Vitória – impedia a chegada de novos hóspedes. “A obra pronta nos deu mais segurança, beleza para o local e comodidade”, diz, feliz com a quase ocupação total de seus 60 apartamentos disponíveis.

Na Boate 1001, conforme Flávia, gerente do estabelecimento, não houve queda no movimento por conta das obras, tampouco agora, depois de concluídas. “O acesso é fácil, ficou até melhor agora porque os clientes não precisam fazer nenhum contorno para chegar até aqui”, avalia.

Na rede 10 de hotel, conforme a gerente geral, Eliane Rocha, as obras no “Trevo do Mallon” – as mais significativas dos acessos à União da Vitória – trouxeram danos apenas no começo da intervenção. Na ocasião, a falta de iluminação e de sinalização deixaram o trânsito mais complicado e o acesso, prejudicado. O efeito, contudo, foi temporário. “Na época até os hospedes entenderam a situação por entender que a mudança era necessária. Achei que a obra foi executada de maneira rápida e quando abriram a frente do hotel, ficou bom”, avalia a gerente do Hotel 10.

Hoje, depois da obra concluída, Eliane aposta na adaptação do público, já que a entrada do hotel está praticamente “colada” com a trincheira de chegada à cidade. “As pessoas se confundem ainda na entrada mas está tudo muito mais bonito. Deu mais segurança, uma apresentação bem melhor”, afirma.

Relembre as obras

obras-acesso-trincheiras (2)A intervenção nos 75 quilômetros, concluída e entregue neste ano, foi uma iniciativa Federal, liderada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), fruto do trabalho incansável do ex-deputado federal Aírton Roveda. O investimento superou os R$ 215 milhões. Na região de União da Vitória, a intervenção mais significativa alterou completamente o popular Trevo do Mallon. O local, logo após o portal, recebeu marginais e alças de retorno.

A revitalização alterou também a entrada para o Bairro Jardim Roseira. No local, uma segunda trincheira foi colocada. O acesso ao município de Cruz Machado ficou mais distante do original e recebeu trincheiras para direcionar o trânsito. Já no acesso próximo da empresa GR Extração de Areia, a mudança envolveu a construção de duas marginais.

No conhecido trevo de Porto Vitória, a “interseção 6”, alterou o trevo. A intervenção exigiu a criação de um elevado com duas trincheiras. Por cima dele, passam agora caminhões e veículos que tenham como meta seguir na BR-153 (a próxima cidade neste caminho é General Carneiro). O mesmo percurso permite chegar à BR-280, já em Santa Catarina. Motoristas que tem como destino Porto Vitória vão precisar apenas seguir uma das marginais. O elevado, portanto, só é usado por quem segue na 153.