O prefeito de União da Vitória, Pedro Ivo Ilkiv, concedeu uma entrevista coletiva na manhã de ontem, em seu gabinete, na sede da prefeitura. Participaram da coletiva, além do prefeito, secretários, vereadores e a imprensa. Ilkiv anunciou já no começo da entrevista sobre a sua decisão de não concorrer a reeleição no pleito de outubro. “Eu e o meu vice professor Jair Brugnago decidimos antecipar nossa decisão de não concorrer ao cargo de prefeito e vice nessa eleição. Nós abrimos mão em função de continuar arrumando a casa, acertando os detalhes para o fechamento desta gestão”, anunciou.
O prefeito lembrou que os municípios vivem um momento econômico ruim e que não bastasse isso o Tribunal de Contas do estado incluiu desde 2015 os terceirizados na folha de pagamento dos municípios. Ilkiv lamentou dizendo que no caso de União da Vitória são R$ 3 milhões de pagamentos aos médicos. “Isso veio num momento ruim, nunca os terceirizados entravam como folha de pagamento”, explicou. A queda de arrecadação com o Fundo de Participação dos Municípios causou impacto negativo nas receitas do município. “Perdemos R$ 500 mil. Era para ser mais de R$ 1 milhão, mas recebemos só R$ 500 mil. Não há administrador que dê jeito nessa situação”, defendeu.
Reformas
O prefeito disse que é preciso fazer reformas profundas, isso dentro dos seis meses restantes de mandato. “Quero lembrar que nesse momento estamos em dia com nossos fornecedores, com os funcionários e com o 13º depositado para pagar os servidores”. O prefeito disse que se não tomar atitudes drásticas, poderá ser obrigado a queimar o 13º dos funcionários. “As medidas que eu preciso tomar não há como conciliar uma proposta eleitoral com esse momento em que é preciso tomar atitudes”, explicou. Ilkiv disse que optou por fazer o fechamento da gestão corretamente, como deve ser feito.
Cortes
O prefeito disse que o número de cargos de confiança da prefeitura não chega a 80, mas que vai promover outros cortes para que o município chegue ao final do ano dentro do que a lei preconiza a folha de pagamento e que não sobrem restos a pagar para o ano que vem. “Quero encerrar a gestão de cabeça erguida, com os compromissos todos cumpridos”, disse.
Sobre cortes de cargos comissionados, Ilkiv disse que já cortou vários deles, e precisa cortar muito mais. O foco são os secretários e cargos de 2º e 3º escalão. “Eu provavelmente vou terminar meu mandato com cinco secretarias, a necessidade obriga a isso”. Perguntado sobre porque não cortou antes, o prefeito foi enfático: “porque tínhamos programas que estavam sendo tocados, você tem os programas do dia a dia, você tem aquela realidade e você tem que tocar”. O prefeito disse que os cortes vão prejudicar o andamento de algumas secretarias. “Educação, saúde, obras a burocracia, finanças não podem parar, essas são essenciais. Agora, algumas secretarias vão ter de parar, pela conjuntura, pela situação difícil que estamos atravessando”. No entanto o prefeito não detalhou quais secretarias serão paralisadas e quantos funcionários comissionados perderão seus cargos em função das medidas extremas de economia.
Brugnago destaca conquistas
O vice-prefeito, Jair Brugnago também aproveitou o momento para falar. “Quero destacar os três anos e meio desta administração, a parceria com os vereadores que foram e são muito importantes para as nossas ações. “Não adianta colocar um projeto político nesse momento e comprometer a situação financeira do município em risco, vamos terminar essa gestão de cabeça erguida. Será preciso uns quatro mandatos para trazer para União da Vitória o que nós trouxemos nesse período. São seis postos de saúde, a UPA, cinco escolas, duas creches, três quadras cobertas, o calçamento com paver, os asfaltamentos, enfim, tudo o que foi possível buscar junto ao governo do estado e do governo federal, nós trouxemos. Temos que ter consciência de que temos que fechar bem essa gestão. E para sermos bons administradores, teremos que tomar algumas decisões, algumas até já foram tomadas ao longo da nossa gestão. Nós estamos fazendo nesse momento, o que precisa ser feito”, disse.
O prefeito disse que as providências serão tomadas imediatamente para resguardar os cofres municipais e para que a próxima gestão tenha conforto para continuar transformando o futuro de União da Vitória.