PMDB rompe com governo Dilma Rousseff

Desembarque aumenta o risco do impeachment

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Atualizado há 8 anos

PMDB
(Foto: Assessoria PMDB).

O Diretório Nacional do PMDB decidiu ontem, por aclamação, sair oficialmente do governo da presidente Dilma Rousseff. Na reunião, a cúpula do partido também determinou que os seis ministros da sigla e os filiados que ocupam outros postos no Executivo Federal entreguem seus cargos. Comandada pelo primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a reunião durou menos de cinco minutos. Após consultar simbolicamente os integrantes do partido, Jucá decretou o resultado da votação. A reunião durou 4 minutos e 12 segundos. GrXXficoXPMDBNão houve discursos, somente um pronunciamento de Jucá, que presidiu a reunião. “O PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma Rousseff e ninguém no País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”, anunciou. Após a reunião, Jucá disse que, com a decisão, o PMDB deixa bem clara a sua posição em relação ao governo e que quem quiser tomar uma decisão individual terá de avaliar as consequências.

O partido entrega agora sete ministérios e outros 600 cargos na máquina pública federal. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, antecipou-se à decisão da convenção e pediu exoneração do cargo. Os outros seis ministros do partido terão até o dia 12 de abril para deixar os postos. São eles: Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Eduardo Braga (Minas e Energia), Mauro Lopes (Secretaria de Aviação Civil), Kátia Abreu (Agricultura) e Helder Barbalho (Secretaria de Portos). Nos bastidores, Castro e Braga são os que mais resistiam a entregar os cargos. Kátia Abreu, por sua vez, poderia até deixar a legenda.

Michel Temer aprova rompimento

O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, conforme tinha adiantado, não participou da reunião. Ele argumentou que não desejava “influenciar” a decisão. Contudo, Temer teve participação ativa na mobilização pelo desembarque do partido e passou toda a segunda-feira, 28, em reuniões com parlamentares e ministros do PMDB em busca de uma decisão “unânime”. Ou quase. A decisão do PMDB aumenta a crise política do governo e é vista como fator importante no processo de impeachment de Dilma. Há a expectativa de que, diante da saída do principal sócio do PT no governo federal, aconteça uma debandada de partidos nanicos, ou sócios minoritários, como são chamados. Atualmente, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais. O apoio ao governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas contra Dilma se intensificaram com o acirramento da crise econômica e a deflagração do processo de afastamento da presidente da República.