PMDB segue firme em busca dos maiores colégios de SC

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Atualizado há 12 anos

“Não falamos sobre 2014”. Foi neste tom enfático que o presidente do PMDB-SC e vice-governador do Estado, Eduardo Pinho Moreira, encerrou a conversa em torno do tema na terça-feira, 9, durante a entrevista coletiva de avaliação dos resultados da primeira etapa das eleições municipais de 2012. Apesar da insistência de repórteres e colunistas, ele deixou claro que este assunto não estava em pauta. “Isso só vai ser discutido depois do resultado final. Temos uma série de eventos políticos antes de consolidar qualquer coisa sobre 2014”, disse, apesar de reconhecer que o bom desempenho da sigla vai pesar sobre as decisões futuras. “O nosso momento é disputar Florianópolis, Joinville e Blumenau.”

No momento, assegurou, a única preocupação do partido é comemorar os resultados obtidos nas urnas e aguardar o resultado do segundo turno nos dois maiores colégios eleitorais do estado, Joinville, onde Udo Döhler (PMDB) disputa a vaga com Kennedy Nunes (PSD), e na Capital, onde uma disputa acirrada colocou Gean Loureiro (PMDB) no páreo com Cesar Souza Junior (PSD). A situação em Blumenau é diferente, e o partido pode conquistar mais uma vice-prefeitura com César Botelho na parceria com Jean Kuhlmann (PSD).

Até agora, a sigla tem 104 prefeituras conquistadas, ou seja, mais que o dobro do que o segundo colocado, o PSD, que por enquanto tem prefeitos eleitos em 52 cidades. Em comparação com outras legendas, o partido também tem a maior porcentagem de participação em Santa Catarina, com 35,2%. “Novamente, o PMDB sai mais fortalecido como partido”, destaca Pinho Moreira.

Além dos prefeitos, o partido fez 71 vice-prefeitos e 869 vereadores. A legenda saiu vitoriosa em cidades estratégicas, como Lages, berço político do governador Raimundo Colombo e onde há mais de 30 anos não tinha um representante no executivo municipal. O deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, Elizeu Mattos, foi ovacionado pelos correligionários e ditou o clima de festa ao chegar à coletiva.

Outras vitórias significativas foram nas cidades de Braço do Norte, Curitibanos, Ibirama, Ituporanga, Laguna, Maravilha, Rio do Sul, São Joaquim e São Miguel do Oeste. Outro destaque é que das 36 cidades sedes das secretarias de Desenvolvimento Regional (SDR), o PMDB venceu em 19 cidades.

Na avaliação do ex-governador Paulo Afonso Vieira, segundo vice-presidente da legenda, foram recompostas lideranças em cidades que são polos regionais e com potencial para se tornarem sedes de SDRs, como Urussanga, Sombrio e São Bento do Sul. “Hoje, o PMDB é amplamente preponderante nestas localidades. E há muitos anos, o partido disputa as eleições, concomitantemente, em Florianópolis e em Joinville”, analisa.

Nacional

Para Paulo Afonso, a representatividade do partido em Santa Catarina é a maior, quando comparada com outros estados no país. “Não tem outro partido no Brasil que tenha o percentual de prefeituras como o PMDB tem aqui”, afirma.

Após o balanço, os peemedebistas devem se reunir em Brasília com lideranças nacionais para articular a participação de representantes nacionais nas campanhas catarinenses do segundo turno. No Brasil, a legenda venceu em duas capitais e está disputando em três no segundo turno. No próximo dia 15 de outubro, em Florianópolis, representantes da legenda, prefeitos em fim de mandato, reeleitos, eleitos e candidatos ainda em disputa terão um encontro para alinhar o apoio nas três cidades em que o partido concorre como prefeito ou vice.

Ambiguidade

O segundo turno é crucial para o PMDB, não apenas para somar forças na conquista dos dois maiores municípios do estado, mas também para tratar sobre o futuro da aliança PMDB-PSD no Executivo, uma vez que, ao mesmo tempo em que o partido pertence à base governista estadual, concorre com o partido do governador na Capital e em Joinville. Segundo o vice-governador, um encontro com Raimundo Colombo deve acontecer nos próximos dias para definição da conduta no segundo turno. “O governador tem sido afirmativo quando coloca que não participará de eventos públicos e esse foi o papel que ele fez em Lages. Eu imagino que será sereno, assim como foi durante o primeiro turno.”