ALEITAMENTO: Doação de leite materno supre 60% da demanda por aleitamento

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Atualizado há 7 anos

No Vale não há banco de leite mas aleitamento materno é incentivado nas casas de saúde
No Vale não há banco de leite mas aleitamento materno é incentivado nas casas de saúde

Como mostrou O Comércio na semana que passou, durante os dias de comemoração do incentivo ao aleitamento, o leite materno é uma das principais fontes de nutrientes para as crianças até dois anos de idade. Contudo, quando bebês prematuros ficam internados, os hospitais precisam de doações do produto para alimentar as crianças. Essa é uma das principais estratégias para reduzir a mortalidade infantil. Segundo a Fundação Oswald Cruz, o índice cai até 13% com o aleitamento.

No entanto, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano consegue atender a 60% da demanda, por isso a importância de aumentar o número de doações para a rede pública de saúde.

Para doar o leite, as doadoras, além de estar amamentando, precisam estar saudáveis e não utilizar medicamentos proibidos durante a lactação, como anfetaminas e ciclosporina. A orientação do Ministério da Saúde é que as doadoras evitem álcool durante a amamentação. Outro requisito é apresentar os exames de pré e pós-natal, como hemograma e testes de glicemia e para infecções, como HIV e hepatite. Com esses documentos em mãos, basta entrar em contato por telefone com o banco de leite mais próximo para se cadastrar como doadora.

No Vale do Iguaçu

Nenhum dos três hospitais de União da Vitória e de Porto União, dispõem de Banco de Leite. Contudo, a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI), em União, incentiva a amamentação, bem como sinaliza a vontade de oferecer à comunidade um espaço para a coleta, a pasteurização e a distribuição do leite excedente das mamães.

Um modelo bem funcional mais próximo do Vale do Iguaçu fica em São Bento do Sul, no Planalto Norte. A unidade mantém parceria com outra casa de saúde, em Mafra, e garante o funcionamento do Banco.

DOAÇÃO

Na primeira doação, o Banco de Leite oferece o kit para coleta, com pote de vidro, touca e máscara que devem ser usados na hora de retirar o leite para evitar contaminação. O leite deve ser retirado depois que o bebê mamar ou quando as mamas estiverem muito cheias. Os potes de armazenamento precisam ser esterelizados em água quente por 15 minutos e vedados com uma tampa de plástico. O ideal é fazer a retirada com as mãos e braços limpos (lavados com sabão), cabelos presos, em um local tranquilo e longe de animais. Depois, o leite deve ser congelado por até 15 dias entregue ao banco de leite.

Todo o leite doado passa por uma análise laboratorial e é pasteurizado antes de ser oferecido às crianças. Isso ajuda não só a certificar a qualidade do leite, mas também apoia a distribuição, que é feita de acordo com as necessidades específicas de cada bebê.

O Ministério da Saúde e a organização Mundial da Saúde (OMS) alertam ainda que o ideal é doar o leite para os bancos, e não repassá-lo de forma direta para outras mães. A amamentação cruzada pode trazer riscos às crianças justamente porque não passa por nenhum tipo de controle e pode acarretar na transmissão de doenças.