ALEITAMENTO MATERNO: “Banco de Leite é um sonho”, diz administradora da APMI

Durante inauguração das novas instalações da UTI Neonatal, Antônia Bilinski falou dos próximos projetos da APMI, que incluem um Banco de Leite

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Atualizado há 8 anos

Há quatro semanas a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI) de União da Vitória inaugurou as novas instalações da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, assim como as Unidades de Cuidados Intermediários e de Terapia Intensiva Pediátrica. O investimento, do próprio hospital, saiu em torno de R$ 800 mil, mas foi necessário para adequação e manter a qualidade técnica no atendimento aos pequenos. Na ocasião a administradora Antônia Bilinski voltou a lembrar da necessidade de um Banco de Leite para a Instituição. No caso, mais esse serviço, seria um reforço para manter o modelo de referência de atendimento da APMI.

Conforme Antônia é uma necessidade do hospital, mas a estrutura precisa ser bem equipada. “Não que seja caro para montar, mas para manter”, comenta. “O banco de leite é um sonho. Traria mais uma imensa qualidade em nosso serviço”, completa. O Banco está nos planos de médio a longo prazo da APMI. A ideia é atender os bebês do Vale e, também, da região. Mas até que ele seja, de fato, estruturado, a opção são os leites industrializados.

AmamentaXXXXoSe o Banco, por aqui, já fosse realidade, a vida de Iole, por exemplo, teria sido bem diferente nos primeiros meses da pequena Sophia. Iole é professora do ensino infantil e mãe da Sophia, de 9 meses. Logo depois do parto Iole recebeu o diagnóstico de que estava com início de depressão pós-parto. O leite secou e a professora teve de migrar para os industrializados. “Me indicaram direto o leite em pó”, lembra.

Iole deu início com o tratamento logo na primeira semana do nascimento da pequena. Se recuperou rápido, mas Sophia só mamou por 18 dias no peito. Se acostumou fácil com a mamadeira, comenta a mãe. “O leite demorou muito para descer, quase 10 dias. Ela desidratou, teve febre, teve que tomar o leite em pó. Mas, depois que se acostumou com a mamadeira e não quis mais o peito.”

Contudo, também descobriram que a pequena Sophia tinha intolerância à lactose, o que dificultou e encareceu ainda mais a alimentação. “A lata custava R$ 100 e mal durava uma semana”, lembra. Todo o gasto durou dos 4 aos 6 meses da Sophia.

Hoje mãe e filha estão bem, mas a professora lamente não ter Banco de Leite na região que atenda às mamães, já que o custo seria quase zero. “Acredito que seria muito bom, porque assim ela [Sophia] teria mamado leite materno, que é bem melhor que o leite em pó, e não custa nada”, afirma. “Seria ótimo mesmo e até para quem tem bastante leite e pode doar”, completa.

No projeto da APMI o Banco é estruturado com equipe médica, bioquímicos e, ainda mais importante, os coletores. Isso porque o leite precisa ser fresquinho e ser coletado todos os dias nas casas das mamães. Para isso o hospital mapearia as mulheres que poderiam doar e estabeleceriam um cronograma de coleta do leite. Nessa etapa o transporte vai até a casa das doadoras para pegar o leite já refrigerado. Já no Banco o leite passa por uma pasteurização, para manter o controle de qualidade e posteriormente distribuir o leite. As mamães que precisam do leite, seja porque não conseguem produzir o leite ou porque os bebês estão com quadros de desnutrição por falta de algum nutriente, recebem o leite de graça. “É uma necessidade do Hospital. Para a alimentação do bebê o leite materno é essencial e as mamães amamentariam aqui mesmo. Além de que o Banco serviria a região”, fala Antônia.

Não atendem

Boa parte dos Bancos de Leite funcionam em hospitais universitários. Na região não existe nenhum banco disponível, nem mesmo o Pequeno Príncipe, em Curitiba, abre atendimento para mamães do Vale do Iguaçu.