União da Vitória sediou, nesta quarta-feira, 04, o Encontro Intersetorial de Vigilância e Atenção à Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos do Paraná. O encontro contou com a presença de secretários de saúde, vigilâncias sanitárias, Sanepar e outros órgãos reguladores dos municípios da Associação dos Municípios Sul Paranaense (Amsulpar).
O objetivo do encontro foi, segundo o Diretor-Chefe da 6ª Regional de Saúde de União da Vitória, Ary Carneiro Júnior, a identificação de índices e informações sobre contaminação e como ela afeta a população regional. “Esse encontro é muito importante, pois está agregando essas secretarias municipais e vários órgãos de governo, como Sanepar, Adapar e Emater para estabelecer nesse encontro setorial ações de como dar à população uma melhor condição de enfrentamento a esse problema que é real, não apenas local, mas de todo o mundo. Mas nós temos de nos preocupar com o nosso pedacinho de território, que é a nossa região aqui do sul do Paraná”, disse Carneiro Júnior.
A finalidade do encontro também é compor o Grupo Técnico Regional, com o objetivo de prevenir intoxicações agudas e crônicas, minimizando os efeitos danosos à saúde decorrente da exposição aos agrotóxicos de uso agrícola e de uso urbano na região sul do Paraná. Uma das preocupações dos secretários é em relação a qualidade da água que chega às torneiras da população. O gerente regional de operações da Sanepar em União da Vitória, Bolívar Menoncin Júnior, disse que a qualidade da água é aferida todos os dias. Mesmo assim, o uso de agrotóxicos é racionalizado e intensamente fiscalizado pela Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná. “Nesta época do ano, quase não há cultura no campo na região, portanto não há problemas de contaminação. E na época de plantio e cultivo, entre outubro e fevereiro, nós aumentamos a frequência de análise da água da Bacia do Médio Iguaçu, que fornece a água para a estação de captação da Sanepar. Os agricultores que aplicam agrotóxicos o fazem com a supervisão e acompanhamento por técnicos agrícolas seja do Estado, da Emater ou de orientação particular”, explica Menoncin.
Para o gerente da Sanepar, o preço alto dos defensivos agrícolas não permite a utilização indiscriminada. O problema, segundo ele, é a entrada de produtos proibidos no Brasil, pelas fronteiras no Oeste do Paraná, como o Paraguai e a Argentina. “Isso têm merecido constante vigilância das autoridades sanitárias e de segurança do Estado”, conclui Bolívar.
Sobre os agrotóxicos
Os agrotóxicos são componentes químicos utilizados na agricultura para o controle de pragas nas lavouras, de pragas domésticas e na saúde pública para o controle de doenças. Em função de sua toxicidade e do uso excessivo, é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no País.
O Paraná é o segundo estado do Brasil com o maior número de intoxicações por esse tipo de produto. Dos 399 municípios, 132 (33%) consomem produtos com a quantidade de agrotóxicos acima da média estadual – Cascavel é o maior consumidor, com aproximadamente 3.665 toneladas anuais.
O Estado pretende diminuir esses números com ações integradas de assistência e vigilância em saúde, em parceria com os órgãos de agricultura, meio ambiente, universidades, ministério público, controle social da saúde e da sociedade.