DESPERDÍCIO: Consumo diário de água no Vale do Iguaçu é de 15 milhões de litros

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Atualizado há 6 anos

Água que vai para o ralo, é agua desperdiçada, mas que precisa ser paga do mesmo jeito
Água que vai para o ralo, é agua desperdiçada, mas que precisa ser paga do mesmo jeito

Sem água, não existe vida. Embora a frase seja “batida” e esteja na ponta da língua até das crianças, o consumo sem controle deixa dúvidas se todo mundo realmente entende o que estas poucas palavras significam. “Só isso (água é vida), já se tem a dimensão da importância deste elemento”, sorri o gerente regional do escritório da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) em União da Vitória, Bolívar Luiz Menoncin Junior.

Os números do consumo, especialmente agora, na reta final do ano, revelam que sim, cuidar é preciso. Apenas neste mês, por exemplo, a média na população do Vale do Iguaçu é de 15 milhões de litros por dia. “É um número expressivo. Se fosse para colocar essa água em caminhões, seriam muitos trazendo este produto paras as cidades”, afirma o Bolivar.

E em dezembro, a tendência histórica é de que estes números aumentem muito mais. O Verão, o maior número de banhos, o uso das piscinas e as festas, de Natal e Ano Novo, impulsionam a elevação. Segundo Bolivar, a semana do Natal é onde mais se consome água. “E o dia 26 de dezembro, historicamente é o dia de maior consumo de água do ano todo. “É o pico”, aponta. “Não temos como identificar o porquê mas deduzimos que é a limpeza do pós-Natal, as piscinas cheias”, completa.

Embora a equipe da Sanepar entenda que o uso racional já é cartilha vencida, o uso consciente não é. Por isso, algumas dicas de uso podem garantir que todos tenham água no final do ano, a qualquer momento. “A higiene é importante, mas lavar um telhado, não sei o que isso agrega. Mas faz parte da nossa cultura. Então, se a pessoa for fazer isso, que procure fazer durante um período onde o consumo não seja elevado, por exemplo”, afirma Bolivar, referindo-se às tradicionais faxinas de Natal e Ano Novo. “Uma vassoura para varrer a calçada também já resolve. Não é preciso usar a mangueira para isso”, acrescenta.

Gerente Bolivar bebe água da Sanepar: uso e consumo consciente
Gerente Bolivar bebe água da Sanepar: uso e consumo consciente

E ele dá a dica: até às 10h30, o consumo é bem menor. O período pode ser usado para as grandes ações nas casas. “Isso é importante que, não que vá faltar água, mas as tubulações tem um volume máximo que conseguem transportar de água e se o consumo for acima deste volume, ele reduz muito. Quem mora nos locais mais elevados, especialmente em PU, pode ficar sem água”, explica.

Neste contexto, vai outra dica: ter em casa, uma caixa d´’agua. “Por que quando se tem, a pessoa nem percebe quando há consertos feitos pela nossa empresa, quando é preciso cortar temporariamente a água”, sinaliza o gerente da Sanepar.

E os banhos demorados? “A gente na verdade toma banho em cinco minutos. Os outros cinco são para aproveitar a água caindo, que é uma delícia”, brinca Bolivar. Falando firme, mas orientando com afeto, o gerente resume o uso racional, seja no banho ou nas faxinas. “Ninguém compra carne e joga no lixo. Ninguém compra uma camiseta e joga no lixo. A gente compra água e se a gente deixa ela escorrer ralo abaixo, é a mesma coisa. Já que está comprando, use”, sorri.

 

Dados

Conforme as Nações Unidas, até o ano de 2030, a demanda por água no mundo deve subir em 50%. De todo o esgoto gerado pela população mundial, 80% retornam para a natureza sem nenhum tratamento. Segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, apenas 50,3% do esgoto doméstico são coletados no país. Isso significa que cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a esse serviço. Segundo a ONU, dois terços da população mundial sofrem com falta de água. Destes, metade vive na China e na Índia. Estima-se que a cada R$ 1 investido em saneamento, se obtém economia de R$ 4 em relação à saúde da população.

Fórum Mundial da Água alcança 8ª. edição

Na terça, 21, conforme a Agência Brasília, o planejamento do 8º Fórum Mundial da Água foi apresentado ao comitê gestor e ao governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa-DF).

O evento, que será de 18 a 23 de março de 2018, envolverá governo, sociedade civil, empresas e instituições científicas nos debates sobre oferta e preservação de recursos hídricos. As atividades ocorrerão em dois espaços: no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos. O fórum ocorre a cada três anos e já passou por: Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Kyoto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

A expectativa é de que 30 mil representantes de mais de cem países, participem do evento em Brasília.