Funcionária da Saúde é homenageada, no Estado, por trabalho ligado à hanseníase

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Atualizado há 9 anos

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(Foto: Assessoria).

Doença mitológica e de incidência detectada desde o período anterior ao nascimento de Jesus Cristo (a.C), e registrada ao longo da Bíblia com o nome de lepra, a hanseníase pode dilacerar partes do corpo ou comprometer o movimento de mãos, pés, pálpebras e lábios, pois interfere na sensibilidade do corpo. A notícia boa é que existe tratamento, gratuito, acompanhado e, iniciando antes de estágio avançado, com eficácia. Em União da Vitória, tudo acompanhado pela profissional da Secretaria de Saúde, Irene Marinhuk Steptuk, que atua na Prefeitura há 24 anos, especificamente com hanseníase, desde o ano 2000. A vasta experiência e o trabalho reconhecido, pelo governo do Estado, lhe rendem homenagem, pela contribuição no controle da doença, no Dia Estadual de Conscientização Sobre a Hanseníase, 26 de maio (terça-feira), em Curitiba.

Ao falar sobre seu trabalho, Irene demonstra brilho nos olhos, comum a profissionais que demonstram amor pelo que fazem e o realizam com profundo comprometimento. Tanto é que ela disse estar surpresa com a homenagem que vai receber da Secretaria de Estado da Saúde, contudo apresenta clareza e convicção ao detalhar o que a hanseníase, meios de contágio e, especialmente, a ampla possibilidade de cura, desde que se trate com brevidade e seguindo a medicação prescrita. Ela se apresenta como profissional gabaritada para falar sobre a doença, bem como avaliadora sobre suspeitas de casos em toda a região. “Estou sempre à disposição para contribuir, não apenas em União da Vitória, mas para as secretarias de Saúde dos municípios vizinhos”, ressalta. Ao mesmo tempo, Irene faz questão de dividir os méritos com o dermatologista, Ivo Petry, e os demais servidores que atuam no departamento.

Experiência, medicação e traumas

funcionaria-saude-hanseniase-uniaodavitoriaNesses 15 anos, que atua no setor, a profissional atesta que nunca faltou o medicamento, fornecido de graça pelo Ministério da Saúde. Sobre o número de casos detectados, segundo ela, variam de ano a ano. Em 2010 foram três casos, 2011 oito, 2012 sete, 2013 seis, 2014 dois e 2015, até o mês de maio, também, dois. Para se ter ideia, em 2000 eram quinze, demonstrando queda da incidência da hanseníase.

O avanço da doença afeta a pele, os nervos, não sendo tratada pode comprometer, gradativamente, os movimentos e a sensibilidade do corpo. Devido à isso, o paciente pode não sentir o calor e ter queimaduras na pele ou partes do corpo, por exemplo. No caso do sistema nervoso, até paralisar movimentos. Muitos desses casos se tornam irreversíveis, caso estejam em estágio avançado. “O bom é que tem tratamento. Por isso, mancha na pele, procure o médico urgente do seu posto de saúde mais próximo. Não demore em procurar nossa ajuda que estamos preparados para ajudar você em superar a hanseníase”, orienta Irene.

Meios de tratamento

O programa de tratamento de hanseníase inicia quando da passagem do paciente, por clínico geral, apresentando manchas na pele. “Quando se suspeita é solicitado exame de baciloscopia [raspagem de material, a partir da pele] e encaminhado, de forma prioritária, para o dermatologista”, explica Irene. Esse procedimento dura em torno de 15 dias e, detectada a doença, o paciente começa a receber a medicação.

São quatro as formas clínicas da hanseníase: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana. Em termos terapêuticos, somente dois tipos são considerados: paucibacilar (com poucos bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos). O tratamento depende da orientação médica que, após exame, é indicada. Para a forma paucibacilar o tratamento dura seis meses, por não ser contagiosa. No caso da multibacilar, que é contagiosa, são 12 meses de dosagem diária e, outra, mensal assistida, para ambas, com seis comprimidos de uma só vez. “Você vê o paciente engolindo a medicação”, frisa Irene. “O meu trabalho é de avaliação e acompanhamento de cada paciente atendido pelo programa e avaliadora dos casos suspeitos na região, conforme os protocolos estabelecidos.”