HANSENÍASE: No Vale do Iguaçu, nenhum caso novo foi registrado neste ano

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Atualizado há 6 anos

O Ministério da Saúde lançou no final de janeiro, a Campanha Nacional de Luta Contra a Hanseníase 2018. As peças da campanha, que serão veiculadas nacionalmente, trazem o slogan ‘Hanseníase: Identificou. Tratou. Curou’. O objetivo é alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa de casos, favorecendo o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades.

O público prioritário da campanha são homens na faixa etária entre 20 e 49 anos, parcela da população com maior número de casos diagnosticados. Também deve ser dada atenção especial ao público idoso, por se tratar de um grupo com alta taxa de detecção de casos novos com grau 2 de incapacidade físicas (incapacidades visíveis) causadas pela hanseníase. Para alcançar essa população, a sensibilização entre profissionais de saúde será fundamental, bem como a busca ativa de casos novos em espaços de convivência (ambiente domiciliar e social).

A campanha publicitária também enfatiza a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma continua e prolongada com os casos diagnosticados. Também alerta à população para buscarem os serviços de saúde ao menor sinal da doença, pois a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas. Em 2017, foram examinados 77,4% dos contatos registrados.

No Vale do Iguaçu

Neste ano, nenhum caso novo da doença foi diagnosticado. Contudo, ainda é cedo para se comemorar. É que essa “onda silenciosa”, pode esconder descobertas tardias ou até maquiar a doença. Sem entender como ela é, alguns podem reconhece-la apenas em estágios avançados.

As Vigilâncias Epidemiológicas trazem números sobre a doença. Em Porto União, 2017 trouxe três casos novos; em 2016, 2. Em União da Vitória, o ano passado terminou com o registro de seis novos pacientes: quatro ainda estão em tratamento (dependendo do caso, o processo pode levar mais ou menos tempo). São, de fato, poucos casos, mas as equipes dos setores epidemiológicos se preocupam e esperam que a comunidade se olhe, se toque e procure a unidade básica mais próxima caso desconfie de que algo está errado.

O enfrentamento da Hanseníase baseia-se na busca ativa de casos novos para o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção das incapacidades e investigação dos contatos, como forma de eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença. O diagnóstico e o tratamento são ofertados pelo SUS, disponível em unidades públicas de saúde.

Boletim

Em dez anos, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no número de casos novos, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para 25,2 mil em 2016. Isso corresponde à queda de 42,3% da taxa de detecção geral do País. Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade. As informações são do Ministério da Saúde.

Em 2016, 2.885 municípios diagnosticaram casos novos de Hanseníase no Brasil. Desses, 591 municípios diagnosticaram casos em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente. O País registrou 25.218 casos novos da doença, com taxa de detecção de 12,23 por 100 mil habitantes, considerado de alta endemicidade. Do total de casos novos registrados, 1.696 (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos e 7.257 (28,8%) iniciaram tratamento com alguma incapacidade física.

Quanto à distribuição por sexo e faixa etária, em 2016, do total de casos novos registrados no Brasil, 13.686 (54,2%) foram na população masculina. Desses, 6.233 (45,5%) casos foram diagnosticados na faixa etária de 20 a 49 anos de idade e, 3.422 (25%), na faixa etária de 60 anos ou mais. Em 2017, dados preliminares apontam 24.209 casos novos diagnosticados no país.

Conforme dados preliminares de 2017, o estado do Pará, escolhido para receber o lançamento nacional da campanha, é o terceiro em número de casos novos da doença, com 2.359 casos diagnosticadas, perdendo apenas para Mato Grosso (3.167) e Maranhão (2.715).

A DOENÇA

A Hanseníase, chamada antigamente – até na Bíblia – de lepra, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos e diminui a sensibilidade da pele (daí a atenção à esta doença silenciosa). Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também podem afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. A doença tem cura, porém exige tratamento prolongado.