HANSENÍASE: Número de casos mantém o Brasil no segundo lugar do ranking mundial

No dia 29 de janeiro, Dia Nacional de Combate e Prevenção da doença

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Atualizado há 7 anos

A doença é silenciosa, conhecida por deixar manchas na pele e ainda, pouco entendida. A Hanseníase tem tratamento, inclusive pela rede pública de saúde, mas por conta do número de casos, ainda deixa o País na amarga segunda colocação no ranking mundial. Na frente do Brasil, está apenas a Índia, que regista 126 mil registros por ano.

Em todo o território, as secretarias da Saúde vêm fazendo um trabalho de orientação sobre a doença. No Vale do Iguaçu, a pasta em Porto União por exemplo, publicou na rede social o trabalho feito. Por lá, palestras sobre o tema, para os pacientes do SUS dos postos. As ações marcaram o Dia Nacional de Combate e Prevenção, lembrado em 29 de janeiro.

GraficoX-XHanseniaseEm sua página, o Ministério da Saúde dispõe de um vasto material sobre o assunto. Entre eles, está o Boletim Epidemiológico mais recente, de 2016. A cada ano, o Brasil registra 30 mil casos novos da doença, uma enfermidade já controlada em grande parte do mundo. O Maranhão é líder em casos absolutos no Nordeste e segundo no País (atrás apenas de Mato Grosso), com cerca de 3,5 mil novos casos por ano informados ao Ministério da Saúde.

Mas, o que é?

A Hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa que atinge pele e nervos periféricos, e é comumente transmitida por pessoas doentes que não estão em tratamento. Tem cura, mas pode provocar incapacidades físicas se o diagnóstico demorar ou se o tratamento for inadequado. O tempo entre contágio e aparecimento dos sintomas varia de dois a cinco anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou pouco mais de 175 mil casos no mundo no final de 2015, mas considera a doença sob controle.

O contágio se dá via aérea: o bacilo causador da doença pode ser passada por tosse, espirro e secreção nasal, mas 90% da população tem defesa natural contra ela. Mas, a transmissão depende muito das condições nutricionais, de higiene e de educação: quanto mais baixa a imunidade, maior o risco.

Como tratar?

É simples. Diagnosticado, o paciente recebe gratuitamente medicamentos de ingestão oral padronizados pela OMS. É a chamada polioquimioterapia, ou PQT, que mata 90% dos bacilos de Hansen na primeira tacada. As doses seguintes podem se estender por seis meses a um ano, a depender se o caso é paucibacilar (poucos bacilos) ou multibacilar (muitos bacilos). Caso o tratamento ocorra certinho, a pessoa recebe alta por cura. No entanto, o que perdeu de sensibilidade, acuidade e força pode ter perdido para sempre. Daí a necessidade de um diagnóstico precoce, para evitar sequelas como incapacidades e deformidades.

Lepra?

A lei 9.010, de 1995, oficializou no Brasil a mudança do termo lepra para hanseníase. Lepra é uma palavra muito comum na Bíblia, assim como o tratamento da comunidade à quem a tinha. O doente precisa se afastar das pessoas e caso chegasse próximo demais, anunciar – em alto e bom tom – que era leproso. Uma humilhação, sem dúvida, cheia de preconceito.

O novo batismo homenageia Gerhard Armauer Hansen, descobridor do bacilo em 1873 da doença.