HORA H: Todos contra o mosquito

Vigilância Sanitária e Secretaria de Saúde se unem em ação contra proliferação do Aedes Aegypti

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Atualizado há 8 anos

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(Fotos: Bruna Kobus).

Buzinaço, panfletagem, abordagens e até um mosquito Aedes Aegypti num tamanho bastante ampliado, fizeram parte da campanha Hora H: todos contra o mosquito, em União da Vitória, no sábado, 6.

A movimentação na cidade aconteceu na Avenida Manoel Ribas, mas simultaneamente em outros municípios paranaenses. Isso porque a ideia da campanha surgiu da Secretaria Estadual de Saúde e tem o objetivo de convocar todos os paranaenses a vistoriar casas e quintais simultaneamente a fim de eliminar criadouros do mosquito transmissor da dengue, da zika e do chikungunya.

Focos do mosquito são ainda mais recorrentes neste ano. Em especial em União da Vitória. Conforme o coordenador de Endemias da Vigilância Sanitária de União da Vitória, Wagner de Moura Santos, durante todo o ano passado foram encontrados 14 focos, e nas primeiras semanas deste ano esse número foi batido em 18 focos. “Nas visitações já foram encontrados focos novos, e larvas em lugares diferentes. Nesta semana sai o resultado da identificação e a Vigilância irá trabalhar em cima dos focos encontrados”, conta Santos.

GrXXficoXZicaX01Essas visitações ocorrem em conjunto com a Secretaria de Saúde do município e agentes de endemias da Vigilância. Grupos são distribuídos em bairros e realizam visitas em todas as residências. A intenção é visitar todas as casas do município até o último dia do mês. “Estamos juntando forças para lutar contra esse mosquito que ainda tem pessoas que negligenciam e, às vezes, ele pode estar dentro da nossa casa”, comentou Alan Muller, da Vigilância Sanitária de União da Vitória.

O responsável pelos agentes de endemias também orienta que a Hora H não seja restrita apenas em campanhas impulsionadas pelo poder público, mas que toda hora é H. “A hora é todos os dias. Se as pessoas pararem 10 minutos por semana do que está fazendo e for olhar suas plantas, seu jardim, seu quintal é de grande ajuda para todos nós”, comenta.

A vistoria semanal é recomendada porque o ciclo de reprodução do mosquito, após a eclosão dos ovos, dura em média 10 dias. Com isso, é possível eliminar a larva do Aedes Aegypti e evitar que o inseto chegue à forma adulta.

A mesma vigilância vale do portão para fora. Terrenos baldios, com registro de abandono e até mesmo um vizinho desleixado, são responsabilidade de todos. “Mesmo não sendo sua propriedade é de todos a incumbência”, dispara Muller.  Até o momento, 11 municípios do Paraná já entraram em situação de epidemia. Há o risco deste número aumentar, visto que três em cada quatro cidades do Estado são consideradas infestadas pelo Aedes Aegypti.

Muitos focos do mosquito são identificados em locais de pouca visibilidade, como em ocos de árvore, ralos, reservatórios de água de geladeiras e ares-condicionado, calhas, entre outros espaços. No Paraná, mais de 90% dos criadouros encontrados pelas equipes de saúde estão dentro de residências e quintais. O principal vilão é o lixo, mas todo objeto ou local que possa acumular água precisa ser verificado e eliminado.

O pedido da Secretaria de Saúde e Vigilância é para que os agentes sejam recebidos em casa. Todos estão identificados e caso seja negada a entrada um relatório será enviado ao setor e avaliado, caso a área seja de potencial risco a Promotoria pode ser acionada.

Em Santa Catarina

GrXXficoXZicaX02O governo do Estado de Santa Catarina lançou o aplicativo Dengue SC para reforçar o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre da chikungunya.

O aplicativo, inédito no País, está disponível gratuitamente nos sistemas Android e, a partir da semana que vem, em iOS. Desenvolvido pelo Ciasc, o Dengue SC permitirá que a população denuncie eventuais criadouros de Aedes Aegypti aos órgãos de controle por meio de fotos e localização por geoprocessamento.

Para virar rotina

Para ajudar no combate ao mosquito o Estado do Paraná produziu também um check-list com os principais locais que devem ser verificados pelos moradores. O material que orienta as inspeções está disponível nas secretarias municipais de saúde e pode ser baixado ainda no site da Secretaria Estadual da Saúde (www.saude.pr.gov.br).

Cuidados

– Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;

– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

– Mantenha lixeiras tampadas;

– Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

– Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;

– Mantenha ralos fechados e desentupidos;

– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

– Retire a água acumulada em lajes;

– Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;

– Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

– Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.

– Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;

– Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya o zika vírus, procure uma unidade de saúde.

Fonte: Secretaria de Saúde de Santa Catarina