HOSPITAL SÃO BRAZ: Demorou, mas dinheiro de emendas está na conta da entidade

Agora sim, recurso pode ser usado pela administração da casa. Convênio único vai garantir a compra de equipamentos

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Atualizado há 8 anos

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Crise paira sobre as unidades hospitalares de Santa Catarina . (Fotos: Mariana Honesko).

Há poucos dias, a notícia da liberação de R$ 20 milhões para os hospitais filantrópicos de Santa Catarina surpreendeu de maneira positiva quem depende das unidades. Para Porto União, para o Hospital São Braz, conforme mostrou O Comércio, a mais recente cessão foi de R$ 400 mil, fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Mauro Mariani (PMDB).

Ocorre que, ao contrário do que se pensa, o dinheiro não “cai” automaticamente na conta dos hospitais. Por trás da boa vontade de parlamentares, por exemplo, existe uma rede burocrática de procedimentos. Para se ter ideia, a negociação dessa verba para a cidade, bem como do montante conquistado pelos deputados catarinenses Onofre Santo Agostini (então parlamentar), Esperidião Amim, Casildo Maldaner e Ronaldo Benedet, começou ainda em 2013. “Com as manobras do Ministério da Saúde, não sabemos o motivo, o dinheiro caiu três vezes na conta e voltou”, conta o administrador do São Braz, Darci Ferreira.

Juntas, as cinco emendas somaram R$ 1,1 milhão e, dessa vez, um convênio único permite o uso total do recurso. O dinheiro é “carta marcada”, ou seja, terá que ser usado apenas para a compra de equipamentos, conforme foi negociado há dois anos.

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Ferreira e Sosa na discussão dos números: recurso ajuda, mas não refresca totalmente

O recurso é bem-vindo, garante a modernização do atendimento, mas ainda não refresca a situação financeira do hospital. Segundo o administrador, confirmado pelo presidente da entidade, o médico Mariano Bordon Sosa, o pagamento dos funcionários, por exemplo, ainda está na corda bamba. Nem o 13° está garantindo, tampouco o salário mensal, depositado até o quinto dia útil. “O ideal é que essas emendas fossem para o custeio, para sanar a conta hospitalar”, disse Sosa.

A direção não fala em fechamento de portas, mas, não descarta essa possibilidade. Ainda na noite de terça-feira, 3, os médicos do hospital discutiram o “sobreaviso” dos médicos. Há cinco anos, o pagamento deste benefício foi instituído. Hoje, ele passa dos R$ 140 mil mensais e, no momento, é inviável aos cofres do São Braz. Sosa aposta na sensibilização da classe para garantir, ainda que por mais um pouco de tempo, os plantões com especialistas.