HOSPITAL SÃO BRAZ: Dívida do Governo com 47 hospitais chega aos R$ 50 milhões

Cifras foram apresentadas em Canoinhas, durante encontro de gestores de unidades de saúde. Hospital São Braz, de Porto União, também está entre os prejudicados

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Atualizado há 8 anos

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(Foto: Arquivo).

O rumo dos hospitais de caridade continua tirando o sossego de muitos gestores de Santa Catarina. Em Porto União não é diferente. No São Braz, falta dinheiro para pagar o sobreaviso médico e no final do ano a correria é intensa para dar conta do salário de todos. E parece que a responsabilidade é do governo de Estado.

Em recente encontro entre representantes de entidades de classe e gestores hospitalares, em Canoinhas, os números do rombo foram apresentados: a dívida do governo junto a 47 hospitais pesquisados chega a R$ 50 milhões. O efeito é dominó: atraso no pagamento dos serviços prestados pelo SUS, defasagem da tabela de procedimentos, suspensão de cirurgias eletivas. Tudo isso transforma o cenário hospitalar na pior crise da história.

O diretor administrativo do Hospital São Braz, de Porto União, Darci Ferreira, esteve no encontro de Canoinhas. Embora ele acredite em mudanças, lamentou a ausência de representantes no encontro, o que pode dificultar a evolução das melhorias.

Caminhada

EncontroXsaudeX1As entidades representativas do setor – Associação e Federação dos Hospitais de SC e Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos – estão percorrendo o Estado para chamar atenção da sociedade sobre a atual crise financeira das instituições e principalmente alertar as autoridades sobre os riscos de a população ficar sem atendimento. “A prioridade é mobilizar toda a rede, se nada for feito há risco de pessoas morrerem por falta de atendimento”, destacou no encontro o presidente da Associação de Hospitais, Altamiro Bittencourt.

Há duas semanas, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merísio, anunciou a criação de um Fundo para socorrer os hospitais, mas as entidades alertam que este é um paliativo. “Continuamos mobilizados, se não forem realizados os pagamentos devidos, não descartamos a possibilidade de realizar paralisações de atendimento”, alertou Bittencourt.

Entrevista em O Comércio

O bate-papo completo com Bittencourt foi publicado na edição de ontem de O Comércio, na coluna “PeloEstado”. O presidente da Associação de Hospitais de Santa Catarina não escondeu a realidade e afirmou que “os (hospitais) filantrópicos estão na UTI e em estado terminal”. Conforme ele, o repasse às unidades não acontece especialmente pela falta de repasse da União aos Estados. Bittencourt não nega, por outro lado, que a falta de ajuda dos municípios, em algumas situações, também ocorre.