Mobilização expõe feridas da saúde filantrópica

Em Porto União, Secretaria da Saúde apoia causa defendida pelo Hospital São Braz

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Atualizado há 9 anos

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Movimento divulgou status da saúde pública e ofereceu serviços à comunidade. (Foto: Divulgação/PMPU).

Durou apenas 60 minutos, mas foi suficiente para mostrar o drama que vive a saúde nas casas filantrópicas do País. Em Porto União, quem passou pela Praça Hercílio Luz, entre 10 e 11 horas, pode se informar mais sobre as condições que enfrenta o município.

O movimento de paralisação é uma organização que mobilizou todo o Brasil ontem, em diversas cidades. Ele tem a assinatura da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) e promove a publicidade dos efeitos do processo de falência da rede sem fins lucrativos voltadas ao SUS e a discussão com a sociedade sobre a realidade destes espaços, bem como da própria saúde no Brasil.

Em Porto União, o movimento contou com auxílio da equipe chefiada por Jair Giraldi que, além do protesto, ofereceu ao público serviços básicos da saúde.

Perfil

Conforme o administrador do São Braz, a situação vai de mal à pior, com riscos, de fato, de falência. “Estamos conscientes de que se o Governo Federal não aportar mais recursos, estamos com os dias contados, até outubro, novembro no máximo. Para tudo. Falta medicação, brigamos por emendas que ainda não vieram. Nossa realidade é uma tabela SUS defasada há 15 anos”, desabafou Darci Ferreira. Segundo ele, o efeito do desgaste é em cascata, atingindo estados e, finalmente, os municípios que, sem dinheiro, trabalham engessados.

Para Giraldi, o problema é sério, afeta o País todo e localmente, pode ter efeitos. “Precisamos da resolutividade do atendimento. Não adianta nós (município) disponibilizar algo e na rede hospitalar, o paciente não tem acesso ao que precisa para continuar um tratamento”, avaliou o secretário. “Por isso, estamos sendo solidários ao São Braz, que é parte integrante da rede de assistência à saúde em Porto União”, completou.

 

Vem mais

De acordo com o cronograma do site da CMB, o dia 29 marca a mobilização nos municípios. O protesto ganha mais força no dia 13 de julho, quando ações nos estados ocorrem e mais tarde, em 4 de agosto, com um grande ato nacional, em Brasília (DF).

 

Motivos para questionar

Segundo o portal, a mobilização ocorre por conta de uma série de fatores. Pontualmente, a CMB critica o prazo de seis meses de espera para a realização de um ultrassom, os 12 meses para agendamento de tomografia, os oito para uma consulta com um oncologista e o pagamento feito para algumas especialidades: “um médico recebe o valor equivalente para comprar um quilo de coxa de frango para realizar uma apendicectomia”, diz o texto na página oficial.