MULTIVACINAÇÃO: Crianças menores de um ano são maioria na Campanha

No Vale do Iguaçu, número alto de crianças vacinadas nessa faixa etária pode ser indício de falta de cuidado com a carteirinha de vacinação

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Atualizado há 8 anos

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Baixinhos com algum atraso ou vacina faltante, receberam a imunização

A campanha que começou na segunda-feira, 19, segue até a sexta-feira, 30, em cerca de 36 mil postos em todo o Brasil. Ao todo, 350 mil profissionais participam da ação organizada pelo Ministério da Saúde. Em todas as unidades, a Campanha de Multivacinação deve receber crianças e adolescentes entre nove e 15 anos. Serão disponibilizadas diversas vacinas como as contra tuberculose, rotavírus, sarampo, rubéola, coqueluche, caxumba e HPV.

Para o País, foram enviadas 26,8 milhões de doses, incluindo 7,6 milhões para a vacinação de rotina deste mês e 19,2 milhões de doses extras para a campanha. O objetivo é combater a ocorrência de doenças imunopreveníveis e reduzir os índices de abandono à vacinação, principalmente entre adolescentes.

Dia “D” e diagnóstico

No sábado, 24, as salas de vacinas do Vale do Iguaçu ficaram abertas o dia todo. Das 9 às 17 horas, quem tinha algum atraso nas campanhas, pode colocar em dia os carimbos da carteira de vacinação. Foi um dia de movimento, de visitação praticamente o dia todo.

Mas, embora tenha sido interessante e produtivo o trabalho do “Dia D”, a avaliação dos profissionais de Saúde é de que pode estar havendo falhas por parte dos pais ou responsáveis, especialmente quem tem criança menor de um ano em casa. Em União da Vitória, por exemplo, do dia 18 até segunda, 26, 262 crianças foram vacinadas. O número é alto, indica adesão à multivacinação, mas também um certo descaso, já que a maioria destes baixinhos estavam com alguma vacina atrasada. O perfil se repete na faixa etária dos quatro anos, na qual 150 foram imunizados até esta segunda.

Já em Porto União, o entendimento da Vigilância Epidemiológica é outro. Das 463 crianças levadas aos postos, também entre os dias 18 até segunda, apenas 253 precisaram tomar as vacinas que estavam em atraso ou que estavam faltando. Foram aplicadas 421 doses, ou seja, teve criança que realmente recebeu mais de um medicamento ao mesmo tempo. De modo geral, o setor acredita que o movimento siga bom até sexta, quando a multivacinação termina.

Mudanças

Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde alterou o esquema vacinal de quatro vacinas: poliomielite, HPV, meningocócica C (conjugada) e pneumocócica 10 valente.

VACINAXXAOX2A imunização contra a poliomielite, por exemplo, passou a ter três doses da vacina injetável (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral. Até 2015, o esquema era de duas doses injetáveis e três orais. Já a vacinação contra o HPV passou de três para duas doses, com intervalo de seis meses entre elas para meninas saudáveis de 9 a 14 anos. Meninas de 9 a 26 anos que vivem com HIV devem continuar recebendo o esquema de três doses. No caso da meningocócica C, o reforço, que era administrado aos 15 meses, passou a ser feito preferencialmente aos 12 meses, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras duas doses continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses. A pneumocócica teve redução de uma dose e passou a ser administrada em duas (2 e 4 meses), com um reforço preferencialmente aos 12 meses, mas que pode ser recebido até os 4 anos.

Programa Nacional

O Programa Nacional de Imunização tem 43 anos. Ele é administrado pelo Governo Federal. As vacinas, conforme o portal do Ministério da Saúde, são produzidas no Brasil mesmo, porém, algumas delas recebem parte da combinação de vírus no exterior. Embora “quarentão”, o programa evoluiu e nos últimos oito anos, por exemplo, dobrou o número de doenças que imuniza. Dentro do Programa, funciona o calendário nacional de vacinação. Ele atende crianças, adolescentes, mulheres, homens e idosos. No caso dos baixinhos, a vacinação é obrigatória, passível até de sanções aos responsáveis caso ela não tenha sido feita.

As vacinas até o 1º “Parabéns”

Ao nascer

BCG-ID, em dose única

Hepatite B, primeira dose

Dois meses

Pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B)

Poliomielite inativada

Oral de rotavírus humano

Pneumocócica 10, primeira dose

Três meses

Meningocócica C, primeira dose

Quatro meses

Pentavalente (DTP + Hib + hepatite B)

Poliomielite Inativa

Oral de Rotavírus humano

Pneumocócica 10 (conjugada), segunda dose

Pneumocócica 10 (conjugada)

Cinco meses

Meningocócica C (conjugada), segunda dose

Seis meses

Hepatite B

Oral Poliomielite (VOP)

Pentavalente (DTP + Hib + hepatite B)

Pneumocócica 10 (conjugada), terceira dose

Nove meses

Febre amarela, dose inicial

12 meses

Pneumocócica 10 (conjugada), reforço