Paraná garante Diagnóstico e Tratamento de câncer de mama a todas as mulheres

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Atualizado há 7 anos

O início do funcionamento do Centro de Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Mama de Cascavel, agora em novembro, complementa a rede formada por unidades em Londrina, Maringá e Curitiba.

Idealizadas e compradas com recursos conseguidos pela vice-governadora Cida Borghetti, quando estava na Câmara Federal, as unidades distribuídas estrategicamente pelo Estado garantem atendimento a todas as mulheres paranaenses que venham a ser diagnosticadas com a doença.

O superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde do Paraná, Juliano Gevaerd, afirma que esse é um avanço extraordinário para a saúde das mulheres e a tranquilidade das famílias.

“O câncer de mama é o tumor que mais mata as mulheres em todo o País, com cerca de 11 mil óbitos por ano. Se diagnosticado e tratado precocemente, as chances de cura são muito grandes”, explica. Em média, os Centros, batizados de Unidades da Mama do Paraná, estão reduzindo de 10 meses para menos de 15 dias o resultado dos exames.

A Unidade de Cascavel, instalada no Hospital  da Universidade Unioeste já está em funcionamento em caráter experimental e será aberta oficialmente ainda em novembro.

Em Maringá a Unidade fica no Hospital da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e em Londrina  com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar), que atende 21 municípios da região. Com a Unidade de Curitiba, que se vincula ao Hospital das Clínicas, a cobertura atinge o Estado inteiro.

Equipamentos

O modelo de atenção começou a ser implantado no Paraná por iniciativa  da então deputada federal Cida Borghetti, que por meio de emendas individuais obteve recursos para a compra dos equipamentos.

A Unidade, aperfeiçoada de um sistema de saúde russo, é equipada com um mamógrafo digital, um equipamento de alta tecnologia que identifica nódulos de casos suspeitos com rapidez e precisão. E também por uma equipe multidisciplinar com  mastologista, radiologista, técnico em radiologia, patologista, técnico em patologia, enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social, psicólogo e técnico administrativo.

A vice-governadora lembra que a primeira unidade foi instalada no HU de Maringá “com o apoio incondicional do então secretário de saúde, Antonio Carlos Nardi, prefeito Roberto Pupin, do secretário de saúde do Paraná, Michele Caputo, do doutor Vinicius Budel, dra Márcia Huçulak e do doutor Antônio Safar e de técnicos do Governo do Estado do HU da UEM”.

“Maringá foi pioneira nesse tipo de atendimento que hoje chama atenção de outros estados como São Paulo e o Rio Grande do Sul”, afirma Cida Borghetti.

Além de marcar lesões não palpáveis por computador, o mamógrafo permite realizar a biópsia do tecido lesado imediatamente. “O trabalho se baseou no fato do Brasil ter cerca de 500 mil novos casos de câncer por ano, segundo dados do Instituto do Câncer. Desses praticamente 50 mil são de tumores de mama e a doença faz mais vítimas no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná”, afirma a vice-governadora.

Estudos apontam que a probabilidade de cura aumenta consideravelmente se a doença for diagnosticada no início. “A prevenção continua sendo a melhor forma de combater o câncer de mama. Os centros reduzem o tempo do diagnóstico e asseguram tratamento rápido e eficaz”.

Tempo e tratamento

Após um ano de funcionamento, a Unidade da Mama de Londrina reduziu o diagnóstico do câncer de mama, que antes levava em média 10 meses para apenas 14 dias. Nesse período, foram realizados 1.080 atendimentos e 112 casos foram confirmados. A mesma média de redução do prazo do diagnóstico se mantém nas demais Unidades do Estado.

As Unidades estão preparadas e equipadas para dar sequência imediata ao tratamento se o tumor detectado for de pequeno porte. Se for maior,  com cirurgia de remoção, a paciente é imediatamente encaminhada para o Hospital especializado. “Um grande avanço para a Saúde Pública do Paraná e está salvando vidas”, afirma a vice-governadora.

Em Maringá, a diretora da divisão de Atenção e Gestão de Saúde, Lúcia Toshico Shimazaki, informa que a Unidade local ampliou em 2016 o próprio atendimento e agora, além dos 30 municípios, expandiu para as regionais de Campo Mourão, Umuarama, Cianorte e Paranavaí. As consultas já estão agendadas até o final do ano.

O médico ginecologista e mastologista, Vinicius Budel, que acompanhou desde o início o projeto, afirma que o modelo das Unidades de Mama do Paraná é um grande avanço para a área de Saúde: “além da importância do diagnóstico precoce, as Unidades tem um modelo de tratamento avançado, moderno e que possibilita cirurgias menores, em tempo hábil e com muito mais chances de cura para toda a população atingida”, detalha.

Outubro Rosa

As Unidades da Mama são, na verdade, as conquistas mais evidentes de um trabalho que no Paraná foi iniciado, há mais de 20 anos, pela vice-governadora Cida Borghetti para a conscientização e prevenção do câncer de mama em todo o Estado.

Através de um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa (Lei Estadual 14854/05) e depois também na Câmara Federal (Lei Federal 12116/09) Cida  instituiu 27 de Novembro como o Dia Nacional da Luta contra o Câncer de Mama. Isso ampliou a movimentação do Outubro Rosa, mês mundialmente dedicado ao combate ao câncer de mama.

O trabalho da vice-governadora conta com o apoio de diversos órgãos e instituições, entre eles o Instituto Humanista de Desenvolvimento Social (Humsol) que luta para reduzir o índice de mortalidade da doença no Brasil.

Segundo Tânia Gomez, presidente do Humsol, uma pesquisa feita pelo Instituto mostrou que  no período da campanha, no Outubro Rosa, o número de mulheres que realizam os exames é maior. “Daí a importância de darmos os alertas com frequência”, diz ela.

A história de superação de Dona Maura

A dona de casa Maura Goes Armelin tem belos olhos azuis que se mantêm alegres e curiosos aos 75 anos. Ela cuida da casa, onde o piso de cimento brilha por causa da cera ‘milagrosa’ que passa uma vez por semana. Cozinha para o marido e gosta de fazer pão, que leva para enfermeiras, médicos e até ao dentista que a atendem há vários anos.

Dona Maura é feliz e nem por um momento hesita em contar sua história de sucesso. Depois de  passar por tratamentos cirúrgicos dolorosos para retirar e tratar um câncer de útero, que a atingiu há nove anos, ela enfrentou a doença novamente. Mas desta vez era na mama esquerda. Diagnosticada há dois anos na Unidade da Mama em Maringá, foi submetida a uma cirurgia e agora está em plena recuperação.

Mãe de  três filhos, casada com o caminhoneiro aposentado, Alcides, nascida em Andirá, Norte do Paraná, dona Maura diz que “por nada nesse mundo faria tratamento em outro lugar do que em Maringá”. Conta que recebeu tanto carinho e atenção por parte de enfermeiras e médicos que até hoje volta à Unidade da Mama e ao Hospital do Câncer de Maringá para revê-los. Ela continua recebendo os medicamentos necessários e realizando os exames para acompanhamento das condições gerais da saúde.

O diagnóstico precoce do câncer feito em dona Maura e o tratamento a que foi submetida deram chance a ela de viver a rotina de uma velhice tranquila e de conviver com filhos e netos.

E até de “curtir” como diz, a música de Leonardo e seu mais novo parceiro, Eduardo Costa. “Se fosse mais nova, ia ao show dar uma apertada no Eduardo Costa”, diz, entusiasmada. O “seu” Alcides não fala nada, mas ri, satisfeito ao ver dona Maura viver com tanta alegria.