REDE FEMININA: Entidade lança campanha nacional

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Atualizado há 6 anos

campanha-preciso-viver060421Garantir que todos os pacientes oncológicos tenham acesso a um tratamento de saúde é um dos objetivos da campanha ‘Preciso Viver’ que foi lançada ontem, 10, pela Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer (RFNCC) juntamente com todas as Redes Estaduais do País. A campanha acontece pela primeira vez este ano e em cada edição apresenta uma temática. Ela será realizada sempre na primeira quinzena do mês de abril por conta do Dia Mundial de Combate ao Câncer, lembrado no dia 8.

Nesta data, todos os voluntários e pacientes, vestidos de branco e rosa, realizarão uma paralisação em cada Estado. O objetivo é sensibilizar as autoridades municipais e estaduais para garantir a aplicabilidade e eficácia da Lei 12.732/2012 e do PL 3752/12, que estabelecem prazo máximo de 60 e 30 dias, respectivamente, para que as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) realizem exames diagnósticos e executem procedimentos necessários à saúde dos pacientes.

Segundo a presidente da RFNCC, Carmen Campelo, a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos fatores que comprometem o atendimento eficaz nos hospitais. “Existem procedimentos que não sofrem reajuste há alguns anos. Alguns deles são caros e os hospitais não recebem do Governo o valor necessário para arcar com as despesas. Isso causa um transtorno muito grande para os pacientes oncológicos que não usufruem de um atendimento de qualidade, diminuindo suas chances de cura e interferindo no gasto público com o câncer. Queremos chamar a atenção das autoridades sobre esses valores da tabela do SUS e para os procedimentos que ainda não a integram”, explicou no material sobre a campanha enviada à imprensa.

Ainda de acordo com Carmen, para que a Lei 12.732/2012 e o PL 3752/12 (quando aprovado), sejam eficazes, é necessário que as instituições possam ter condições de atender e oferecer o tratamento adequado aos pacientes oncológicos no período estimado. Porém, a falta de recursos do SUS compromete todo o processo. Segundo ela, a mobilização de hoje, tem como intuito sensibilizar as autoridades e chamar a atenção da população para a precariedade dos atendimentos.

“A nossa luta é para que os pacientes, que já sofrem ao descobrir que tem a doença e ao iniciarem um tratamento tão agressivo, recebam o mínimo de cuidado, de apoio, de atenção. Estamos falando de milhares de pessoas que são diagnosticadas e não podem ficar esperando por muito tempo o início do tratamento enquanto a doença avança. O nome da campanha é bem sugestivo quanto a isso. Temos uma lei e para que ela seja cumprida, o poder público deve ter um olhar mais atento e sensível para essas pessoas. Um dos nossos objetivos é sensibilizar as autoridades para essa questão”, declarou Carmen Campelo.

No Vale do Iguaçu

Na região, a campanha pode garantir que o atendimento entre a descoberta do câncer e o início do tratamento, seja mais breve. “A gente sabe que quanto mais cedo for descoberto, maior a chance de cura. A campanha visa isso, agilidade na descoberta da doença”, aponta a presidente da Rede Feminina em União da Vitória, Giorgia Scwelger. “Existe a Lei dos 60 dias e nosso problema não é esse. Nossa dificuldade é para que pessoa tenha o diagnóstico do problema. A partir daqueles exames que o médico desconfie que a pessoa tem um tumor, é que demora muito. A gente vai ver se consegue trabalhar isso e ver se muda algo com a campanha”, completa.

Ao longo dos próximos dias, a campanha vai estar visível em outdoors, painéis eletrônicos, na rede social e também na imprensa. No final de semana, voluntárias já participaram de eventos locais, divulgando a campanha.

Estatísticas

Em fevereiro desse ano o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou dados que apontam, na perspectiva nacional, a estimativa de 600 mil novos casos de câncer este ano. Além disso, o Banco Mundial alertou há anos sobre o aumento em 70% da incidência da doença em países de renda média, incluindo o Brasil.

O diagnóstico precoce do câncer e o início imediato do tratamento aumentam as chances de cura do paciente. Para direcionar o diagnóstico e tratamento da doença, a Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS) publica Protocolos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs), que são utilizados quando há possibilidade de estabelecer critérios, parâmetros e padrões claros de tratamento e se baseiam nos medicamentos incorporados ao SUS pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).

Preciso Viver

A logomarca da campanha apresenta as cores azul e rosa. Os tons escolhidos, além da representação feminina, trazem em seu espaço interno o azul e suas nuances de aproximação com o rosa, o que gera um equilíbrio entre o aconchego e a paz, em um abraço em forma de laço que aquece o coração e acolhe de maneira especial, no momento em que mais precisa.