SETEMBRO VERDE: Mais de 60 mil estão na fila de espera por um transplante

Setembro também se “veste” de tons verdes para a campanha que incentiva doação

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Atualizado há 6 anos

Dados mostrados pela Agência Brasil em 2017, apontam que o número de doadores de órgãos no País bateu recorde no primeiro semestre de 2017, em comparação com os seis meses iniciais dos anos anteriores. Foram 1.662 doadores, aumento de 16% em relação a 2016. Mesmo assim, o Brasil tem o desafio de informar e sensibilizar as famílias para que elas autorizem a realização de transplantes. Hoje, 43% ainda recusam a doação. A média mundial é de 25%, segundo o Sistema Nacional de Transplantes. Por isso, a fila de espera é grande.

De acordo com o portal ‘doeorgaossalvevidas.com.br’, a fila de espera por um órgão é bastante longa. São 60 mil pessoas aguardando um transplante. Os números podem ter a ver com a falta de informação sobre a doação. Também segundo o portal, “existe um desconhecimento sobre quem pode doar e o que pode ser doado. Isso dificulta a doação”. Por isso, a campanha Setembro Verde nasceu. A ação é do Ministério da Saúde, em parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e que promove iniciativas para tirar dúvidas sobre o processo. A data é por conta da comemoração do Dia Nacional de Doação de Órgãos, lembrado no dia 27.

Em Caçador (SC), que fica próxima ao Vale do Iguaçu, o Hospital Maicé promove uma campanha de conscientização sobre o tema. Conforme a enfermeira da Comissão Hospitalar de Transplante (CHT), Letícia Maria Pedron Morais Carelli, a entidade trabalha o tema com bastante intensidade. “Estamos tirando dúvidas, mostrando como funciona a doação. Preparamos um material que está sendo distribuído para os colaboradores do hospital e também para os pacientes”, pontua Letícia.

A doação

No Brasil, não é preciso deixar nada por escrito, por exemplo. Quem tem vontade de que seus órgãos sejam doados após a morte, só precisa convencer sua família sobre isso. “A doação só acontece com a autorização familiar”, lembra a enfermeira. Nessa doação ‘pós-morte’, o paciente passa por uma série de exames. O principal é a checagem de que realmente houve morte encefálica. “Se o diagnóstico for positivo, a gente conversa com a família sobre o processo e ela decide pela doação ou não”, explica.

Em vida, qualquer pessoa pode ser doadora e responder por si mesma quando se tem essa vontade de ajudar parentes de até quarto grau. “Caso a doação do órgão seja para quem não é parente, será necessária uma autorização judicial. A pessoa vai passar por uma série de exames antes do processo mesmo”, observa Letícia.

Compra e venda são ilegais

Existem até anúncios e tem quem recorra especialmente à internet para oferecer alguma parte do corpo por uma boa quantia em dinheiro. Essas publicações, por si, já são ilícitas. A legislação brasileira é bastante clara quando diz que é crime comprar ou vender tecidos do corpo humano. Mesmo assim, o comércio existe, é silencioso e com poucos dados concretos.

NA LISTA DE ESPERA

A maior demanda é por transplante de rim. Em segundo lugar, está o transplante de córnea.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior sistema público de transplante do mundo sendo responsável por 93% dos transplantes realizados no País.

O que pode ser doado*

Córneas

Precisam ser retiradas em no máximo seis horas após parada cardíaca (PC)

Coração

Deve ser retirado antes da PC

Pulmões

Deve ser retirado antes da PC

Rins

Precisam ser retiradas em no máximo 30 minutos após parada cardíaca (PC)

Fígado

Antes da PC

Pâncreas

Antes da PC

Ossos

Precisam ser retiradas em no máximo seis horas após PC

*informações da ABTO