Síndrome Mão-Pé-Boca registra surtos no Paraná

Casos são mais comuns em crianças menores de cinco anos de idade

·
Atualizado há 6 anos

A síndrome conhecida simplesmente por Mão-Pé-Boca, vem deixando mais movimentado os consultórios de pediatria no Vale do Iguaçu. No Paraná, conforme a Vigilância Epidemiológica, os casos já são considerados surtos. Tanto que em março, uma Nota Técnica sobre o assunto foi publicada. O texto traz orientações aos profissionais de saúde de como agir diante dos sintomas e de novas situações. O documento também aborda mais o assunto, esclarecendo que a síndrome é uma “infecção viral contagiosa muito comum em crianças, que é caracterizada por pequenas feridas na cavidade oral e erupções nas mãos e nos pés”. “É mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade”, ressalta Adriana Moreira de Castilho dos Santos, enfermeira na 6ª. Regional de Saúde de União da Vitória.

Essas lesões começam como pontos avermelhados, que se transformam em pequenas bolhas e, depois, em úlceras dolorosas, semelhantes as aftas. De acordo com a Nota da Vigilância, a síndrome é provocada por um enterovírus, que habita o sistema digestivo.

O contágio acontece, geralmente, na primeira semana da doença. A transmissão é pelas vias respiratórias, secreções das feridas e pelo contato com fezes dos pacientes infectados. “Isso significa que o vírus pode ser transmitido nas seguintes situações: beijar alguém infectado, ter contato com as secreções através da tosse ou espirro, apertar a mão de alguém infectado, ingerir alimentos preparados por alguém infectado que não tenha higienização correta, contato com brinquedos ou objetos que possam ter sido contaminados, contato com roupas contaminadas e na troca de fraldas de crianças contaminadas”, relaciona a Vigilância Epidemiológica. Conforme Adriana, os sintomas aparecem logo no começo do contágio e duram pouco tempo. “Costuma ser dor de garganta, febre, mal-estar, perda de apetite. Aí surgem os pontos avermelhados que evoluem para a síndrome. Ele tem um período de incubação de três a seis dias e sua transmissão pode durar até quatro semanas. Depois dos sintomas desaparecem”, pontua.

Embora seja mais comum entre crianças, gestantes também podem ser contaminadas pela síndrome. Nestes casos, não é preciso pânico, já que a doença evoluiu de forma benigna e não oferece risco para mãe ou para o neném.

Tratamento

Não há uma receita específica. “É uma doença limitada”, explica a enfermeira. Em geral, o objetivo é controlar a dor e a febre. Nas crianças, é interessante mantê-las hidratadas, especialmente aquelas que recusam os alimentos. “Lembrando que não há vacina para esta síndrome”, acrescenta. Outra recomendação é o afastamento. Quem estiver doente, precisa ficar em casa, por sete dias, em média, ou até que os sintomas tenham desaparecido. “A doença é de curta duração, mas quando provocada pelo A71, um dos subtipos do vírus, pode ser mais grave, pois pode complicar com casos de encefalite, meningite ou miocardite. É uma doença que não possui notificação compulsório e os surtos da doença devem ser monitorados e registrados pela epidemiologia do município”, lembra Adriana.

Os casos da síndrome Mão-Pé-Boca devem ser registrados para que os municípios façam o controle.