Afogamentos aumentam com o calor

Corpo de Bombeiros orienta: bebida alcoólica pode impulsionar a atos perigosos

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Atualizado há 9 anos

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(Foto: Arquivo).

O calor já chegou às Cidades Irmãs e com ele as pessoas aproveitam mais as atividades ao ar livre, ou buscam se refrescar com passeios no rio e atividades próximas da água. Porém, isso tudo pode se transformar em transtorno quando se juntam calor, água e bebida alcoólica. Segundo o subtenente do Corpo de Bombeiros de União da Vitória, Prado, aliar atividades na água com bebidas de álcool nem sempre termina muito bem. “A gente pede que o pessoal evite o uso de bebida alcoólica porque é um agravante que nós temos em todas as situações de afogamento. A pessoa bebe e de repente acaba se lançando no rio para se refrescar e muitas vezes ela não tem conhecimento de sua própria capacidade de natação,” comenta.

Outra orientação é o uso de colete salva vidas. Não importa se a pessoa sabe ou não nadar, o uso do colete é obrigatório. “Isso não é o Corpo de Bombeiros que recomenda é uma recomendação da própria Marinha e Capitania dos Portos que diz que todas as embarcações devem ter coletes e, quem estiver dentro dessa embarcação precisa estar usando o colete salva vidas,” explica o subtenente.

Prado ainda conta que há muitas pessoas que relutam quanto ao uso do colete, mas explica que se os acidentes fossem previsíveis haveria outras formas de proteção. “Existe sempre a possibilidade de você sofrer uma queda na água, é imprevisível, a embarcação pode colidir com algum tronco ou pedra e acabar virando e, se os tripulantes tiverem usando os coletes terão, com certeza, uma possibilidade maior de sobreviverem.”

A reportagem de O Comércio entrou em contato com os quartéis do Corpo de Bombeiros de Porto União e de União da Vitória e, nos dois, ao longo do ano, não foram registradas ocorrências graves envolvendo água. Os casos mais comuns foram de pescadores que perderam o limite da margem e acabaram caindo no rio e logo retornaram à terra firme.

Contudo, na última semana três casos de afogamentos marcaram as pessoas que frequentam o Alagado da Usina de Foz do Areia, em Cruz Machado. Prado alerta: é só chegar o calor que os afogamentos são mais fáceis de acontecer.

Nesta situação quatro pessoas estavam em um barco pequeno, no domingo, 12, passeando pelo alagado da Usina quando bateram em uma árvore submersa e foram jogados para fora da embarcação.

José Ernesto Moretto, de 52 anos, que pilotava o barco, disse que tentou salvar duas mulheres, identificadas como Sirlei Ribeiro, de 23 anos, e Edina Ribeiro, de 20 anos. Moretto chegou a puxar uma delas para o barco e saiu para tentar resgatar a outra, contudo o barco afundou. Um terceiro ocupante da embarcação, identificado como Gildo Zabandzala, de 46 anos, funcionário da Sanepar, desapareceu nas águas do alagado, mas foi encontrado três dias depois.

Equipes dos Bombeiros de Irati, São Mateus do Sul e União da Vitória estão trabalhando nas buscas pelas outras duas mulheres. Conforme o subtenente Prado, na tarde de sexta-feira, 17, a equipe foi trocada para dar continuidade aos trabalhos de buscas e confessou que o serviço se tornou difícil pois as águas do local são muito profundas.