As câmeras, com rotação de 360 graus e com alcance de quase 500 metros, foram instaladas em dez pontos estratégicos da cidade. Nas entradas e saídas, centro comercial e econômico, as câmeras têm auxiliado a Polícia Militar de Porto União na resolução de ocorrências.
O sistema de monitoramento Bem-Te-Vi foi instalado na cidade há pouco mais de seis meses e nesse tempo crimes considerados comuns pela Polícia, como furtos e contra o patrimônio, além de motoristas infratores ou que causam acidentes e fogem do local, diminuíram. “Em razão que os indivíduos sabem que estão sendo monitorados a partir do sistema”, explica o capitão da PM de Porto União, José Ronaldo Branco. Ainda não tem, em números, a contagem de quantos crimes foram solucionados ou resolvidos com a ajuda do sistema, mas o capitão garante que diversas ocorrências tiveram “baixa”.
“É muito grande a vantagem, além do trabalho que nós já tínhamos como rotina antes do sistema de monitoramento. O monitoramento vem a somar de forma excepcional, porque o trabalho é realizado em conjunto com a sala de vídeo”, fala. “A avaliação é extremamente positiva, tanto pela prevenção, pela possibilidade de diminuição de incidência de determinados crimes em determinadas áreas da cidade. Além da própria possibilidade de fornecermos imagens que auxiliam com a elucidação de fatos, como acidentes de trânsito em cruzamento, na identificação de um condutor que praticou um atropelamento e fugiu do local. Nesse caso ele vai responder por crime de omissão de socorro”, completa.
Para a PM ceder as imagens a pessoa que se envolveu em alguma ocorrência, seja de qualquer tipo, tem de ir até o Batalhão da Polícia, que fica no Bairro São Pedro, e solicitar a partir de requerimento, o dia e horário do ocorrido. A Polícia então estabelece um prazo para que as imagens sejam resgatadas e entregues para o solicitante. Contudo, o capitão afirma que as imagens só serão repassadas conforme os direitos e interesses implicados, ou seja, a pessoa tem de ser parte em determinada situação para requerer o vídeo. “É importante que a gente avise a comunidade que se envolveu em qualquer ocorrência em pontos onde existem as câmeras, para que recorram com mais brevidade para que a gente possa fazer o exame do material”, pede. Isso porque os vídeos ficam armazenados no servidor por apenas 25 dias, pois as gravações são “pesadas”, afirma o comandante. “A tecnologia que usamos é de ponta e gravamos em alta definição sem nenhuma interrupção durante todo o dia. Se fosse para armazenar tudo não teríamos servidor para isso”, argumenta.
A Sala de Monitoramento começou a ser construída em 2013 e os equipamentos vieram gradativamente. Foram mais de R$ 200 mil investidos na tecnologia. Boa parte partiu da Administração Municipal e outra do Governo do Estado. Em teste ficou alguns meses, com início em setembro do ano passado e inauguração oficial em março deste ano. A ideia conforme o comandante é instalar mais cinco câmeras. Inicialmente foram dez equipamentos, levando em consideração o porte da cidade e porque o programa Bem-Te-Vi segue um padrão. “E depois dessa mensuração de resultado vem a se definir a possibilidade de mais investimento. O início a gente desenhou locais estratégicos. Num segundo momento a gente vai buscar ainda uns pontos da área central e acesso aos bairros, que carecem de monitoramento”, adianta.
O monitoramento também é possível pelo computador da Polícia Civil. Já após a integração com as câmeras de outros municípios, Porto União tem acesso às imagens de segurança de Irineópolis, por exemplo, que também recebeu o programa Bem-Te-Vi. Além da cidade, outros municípios catarinenses que têm o monitoramento podem acessar as imagens de Porto União e vice-versa.
Onde ficam
Uma das câmeras fica no final da Avenida João Pessoa, no Bairro São Pedro, no trevo de acesso ao Miguel Forte. Outra no início da João Pessoa, bem no cruzamento na entrada para o Bairro. Já a terceira, seguindo a Avenida dos Ferroviários – Perimetral – está instalada em frente à loja Havan, no Trevo da Cabana, outra na rotatória em frente a Rodoviária de Porto União e, para fechar esse trajeto, uma câmera próxima a farmácia Trajano.
Em frente aos bancos do Brasil e Bradesco o programa de monitoramento também está presente, com duas câmeras. Já na divisa com União da Vitória, próximo a Ponte de Ferro, outra câmera está instalada. Na sala de monitoramento, que fica no quartel da PM, as imagens são reproduzidas em quatro telas e coordenadas por cinco policiais que trabalham em esquema de plantão.
Foi flagra
Há poucas semanas um dos casos solucionados pela Polícia com o auxílio das câmeras foi de um cachorro furtado.
O caso foi no domingo, 31 de julho. Conforme o Boletim de Ocorrência (BO) a Central de Emergências Policiais Militares (COPOM) foi informada de um furto em um estabelecimento comercial no Bairro Santa Rosa, quando uma travesti havia furtado diversos itens do mercado. As viaturas da Rondas Ostensivas com apoio de Motocicletas (ROCAM), foram até o local com a ajuda do operador da central de vídeo monitoramento. Logo se iniciaram as buscas para tentar auxiliar a Rocam, que conseguiu encontrar a suspeita.
As ações da travesti estavam sendo monitoradas pelo QG de controle há algum tempo, contudo, próximo ao 5º Batalhão de Engenharia e Combate Blindado (5º BEC) ela furtou um cachorro da raça yorkshire. Poucos metros à frente ela foi parada por três policiais que haviam recebido informações a partir das câmeras. “Cerca de R$ 1 mil é o valor estimado da raça, além do valor afetivo da família que era proprietária”, comenta o capitão.