União da Vitória já perdeu, há muito tempo, o ritmo de cidade pequena e pacata. Os índices da Polícia Militar mostram que o crime está instalado por aqui e cresce em um ritmo acelerado. Conforme os números 11 furtos e 3 assaltos são registrados por semana no comércio da cidade. As áreas que mais registram as ocorrências são a central, Bairro Sagrada Família e no Distrito de São Cristóvão. Mas isso não quer dizer que outros bairros estejam livres da ação de criminosos. Dois minimercados no Bairro São Joaquim, há dois meses, foram assaltados em uma única semana. A ação de quem comete o ato é tranquila, conforme um dos comerciantes que não quis relevar o nome por motivo de segurança. Segundo ele dois adolescentes chegaram em uma moto, anunciaram o assalto e depois saíram caminhando sem preocupação alguma.
Em virtude dessa onda de crimes um encontro organizado pelos próprios comerciantes de União, reuniu aproximadamente 80 empresários no início desta semana. A maioria já passou por pelo menos um assalto. É o caso de Sônia Kosera, proprietária do supermercado Kosera, no São Sebastião. Por lá dois roubos foram registrados em um período de quatro meses. “Eu não sou a única, tem outros comerciantes que já foram assaltados quatro vezes num período bem curto”, comenta.
Ainda segundo Sônia as “figurinhas” são carimbadas e a ação dos criminosos segue um padrão. “Eles são sempre os mesmos e agem da mesma maneira toda vez”, afirma. “O comerciante não pode ficar com medo de levantar as portas todo dia para trabalhar, mas é isso que estamos passando, estamos com medo e queremos mais agilidade na segurança”, dispara.
Conforme o Capitão da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (2ª CIPM), Gilmar Golemba, o patrulhamento realizado nas áreas com maior número de ocorrência é constante, mas segue uma regra. “O patrulhamento ostensivo é baseado em diversos fatores, entre eles número de ocorrências, comércio em geral, universidades, números de transeuntes e moradores”, explica. No caso de São Cristóvão, onde há grande circulação de pessoas, a patrulha é feita com viatura especifica e apoio da ROTAM e Módulo Móvel, além do apoio da inteligência da Polícia (P2).
“A segurança feita no comércio não se diferencia do restante da ostensiva, pois a intenção é clara: segurança para todos. Contudo, com a possível transformação da CIPM em Batalhão, o aumento do efetivo será significativo”, afirma Golemba. Mas até lá, mais policiamento se traduz em uma frota maior e custos altos.
Segurança já!
O grupo de comerciantes criou o movimento “Segurança já”. A primeira ação será uma caminhada que sairá da frente do Fórum de União da Vitória e seguirá até a Câmara Municipal passando pela prefeitura. O encontro está marcado para às 16 horas e quer reunir, além de empresários, toda a comunidade. “Afinal todos estamos sendo atacados pela impunidade”, diz Sônia.
O Segurança já! vai continuar realizando reuniões. O segundo encontro já foi marcado e uma comissão para a elaboração de propostas também foi criada.