Delegacia da Mulher de União da Vitória próxima de virar realidade

Tathiana Guzzela deve assumir Delegacia da Mulher

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Atualizado há 9 anos

Trabalho de equipe. Assim pode ser definido o esforço para a criação da Delegacia da Mulher na 4ª SDP de União da Vitória. Um esforço concentrado envolvendo o prefeito de União da Vitória, Pedro Ivo Ilkiv, o deputado Hussein Bakri, o delegado chefe da 4ª SDP de União da Vitória, Douglas Possebon, a delegada operacional, Tathiana Guzella, o diretor do Fórum de União da Vitória, Carlos Mattioli e o juiz da 2ª Vara Criminal, Emerson Prado Spak, vem dando bons resultados. A notícia de que a criação da delegacia está formatada, animou ainda mais o grupo.

De acordo com o prefeito Pedro Ivo Ilkiv, o município já está fazendo a sua parte. Ilkiv disse que a administração está alugando um imóvel próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros para a instalação da sede da Delegacia da Mulher, da Criança e do Adolescente. No mesmo espaço deve funcionar um centro de apoio às mulheres agredidas ou em situação de vulnerabilidade. “Estamos definindo esse espaço para ajudar na implantação na delegacia, com mais celeridade”, disse o prefeito. Ele afirmou ainda que a Administração disponibilizou uma assistente social para ficar a disposição da Vara da Infância e Juventude, Família e Anexos da Comarca de União da Vitória.

Por telefone o deputado estadual Hussein Bakri (PSC), representante da região, disse que já conseguiu o aval da Polícia Civil e dentro dos próximos dias a delegacia deverá ser criada. “O documento segue agora para ser sancionado pelo governador Beto Richa e tenho a certeza de que já teremos condições de iniciar os serviços rapidamente, com o apoio da prefeitura”, afirmou o deputado. O deputado deixou claro que não se trata só de uma Delegacia da Mulher. “A delegacia será especializada para mulheres, crianças e adolescentes. É um compromisso do governador, um resgate de uma dívida histórica com a nossa região”, declarou Bakri.

Índices alarmantes

Crimes como estupro e violência doméstica são altos na região, o que coloca União da Vitória e a região sul do Paraná entre as piores do Brasil, proporcionalmente falando. Em 2013 foram registrados 266 casos de violência doméstica na região de abrangência da 4ª SDP.  Só em União da Vitória foram 189. Em General Carneiro foram 26, em Cruz Machado 19, em Bituruna 21, em Porto Vitória, dois e em Paula Freitas nove. De janeiro a novembro de 2014, foram 146 casos, sendo 118 em União da Vitória, sete em General Carneiro, seis em Cruz Machado, nove em Bituruna e seis em Paula Freitas. Os números relacionados a casos de estupro na região de atuação da 4ª SDP e 2ª CIPM também assustam. Pior, os números subiram no ano passado em relação a 2013. É preciso lembrar que os dados de dezembro só serão computados no ano que vem. Em 2013 foram 38 inquéritos instaurados, sendo 21 casos só em União da Vitória. Em General Carneiro são cinco casos, Cruz Machado, cinco, Bituruna também foram cinco casos e em Paula Freitas foram dois casos registrados.

Em 2014 foram 41 casos. Em União da Vitória foram 14, sete a menos que em 2013. Contudo os casos de General Carneiro subiram de cinco para oito, em Cruz Machado foram de cinco para sete, em Bituruna são oito casos (em 2013 foram cinco). Porto Vitória, que passou 2013 sem nenhum caso, neste ano já foram dois casos e Paula Freitas manteve a média de dois casos. É preciso lembrar que nem todos os casos acabam em abertura de inquérito. Por vergonha, medo ou dependência afetiva, muitos casos nem chegam até as delegacias.

Audiência Pública

O deputado Hussein Bakri disse à reportagem de O Comércio que está organizando uma Audiência Pública envolvendo os prefeitos dos nove municípios da Associação dos Municipios do Sul do Paraná (Amsulpar), comunidades e autoridades das polícias civil e militar nos próximos dias. Segundo Bakri a ideia é debater a necessidade da transformação da 2ª CIPM em Batalhão de Polícia Militar. “É um valioso instrumento de pressão e uma maneira de provar para o comando militar, a situação precária que vivem os municípios por falta de policiais militares. É uma questão de segurança pública”, afirmou.