Delegado pede a prisão preventiva de suspeito de maltratar anciã

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Atualizado há 9 anos

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Alcides deu entrevista, falou demais e seu destino é a cadeia. (Foto: Jair Nunes).

O delegado da Polícia Civil de União da Vitória (4ª SDP), André Vilela, representou pela prisão preventiva de Alcides Francisco Nascimento, de 52 anos, suspeito de maltratar e manter em cárcere privado sua amásia, Madalena Golemba Nascimento, de 82 anos, que é cega em decorrência de complicações de catarata. A anciã, que mora na quadra G, lote nº 15, no Conjunto Horst Waldraff II, foi encontrada em uma casa totalmente fechada com cortinas e com as janelas lacradas com compensados.

Segundo as autoridades que atenderam o caso, Nascimento faltou com a verdade ao afirmar que foi ouvido e liberado pela Polícia Civil de União da Vitória, como se as autoridades estivessem fazendo pouco caso de suas ações.

Segundo as profissionais que atenderam o caso, a vítima estava deitada em um colchão sem água e comida, com sinais de abandono e maus tratos. Segundo o relatório da Polícia Militar, dona Madalena estava subnutrida e acamada. Atenderam a ocorrência ainda o Conselho Municipal do Idoso, ADAD e o Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS).

Entrevista e deboche

Em entrevista à Rádio União, Alcides negou maus tratos: “Só deixei ela por umas duas ou três horas, porque precisava fazer umas coisas na cidade”, disse. Quanto ao fato de manter a companheira em situação de cárcere, Alcides tinha mais uma desculpa. “Eu sempre tranco tudo, mas quando eu volto eu abro tudo de volta. É medo de ladrão”, justificou. Ele também negou viver com outra mulher na mesma casa. “É a empregada que vem limpar tudo e trocar a minha mulher”, disse. As declarações soaram como deboche e na mesma sexta-feira as providências começaram a ser tomadas. O suspeito também mentiu sobre o período em que está casado com a vítima: 40 anos. Na verdade não chega nem a metade disso.

No local do resgate, as profissionais e membros do Conselho do Idoso receberam informações de populares que uma terceira pessoa convivia com o casal na residência. Alcides negou que mantém um caso com uma cuidadora da vítima, mas não negou que é ele quem recebe os proventos de dona Madalena. Depois das declarações, o destino de Alcides Francisco Nascimento será aguardar o pronunciamento da justiça em uma cela na 4ª SDP. O Ministério Público quer que a vítima seja enviada a um abrigo público para ser cuidada e atendida com decência e humanidade.