Doação de terreno para construção de presídio ganha novo capítulo

O motivo do adiamento da votação na Câmara foi um abaixo assinado

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Atualizado há 6 anos

Enquanto decisões se arrastam, presidio improvisado continua no centro da cidade
Enquanto decisões se arrastam, presidio improvisado continua no centro da cidade

A expectativa sobre a votação para autorização da doação de um imóvel ao governo do Estado do Paraná, destinado para a construção de um presídio em União da Vitória, mais uma vez foi frustrada. O novo argumento para não votar a matéria é um abaixo assinado, recebido pelo Poder Legislativo, com supostas 2 mil assinaturas, alegando que o local para a construção é impróprio por se localizar próximo a um depósito de lixo.

Antes da reunião semanal dos vereadores em plenário, na segunda-feira, 10, os vereadores decidiram por adiar a votação do Projeto de lei, que já estava na pauta para apreciação. O texto do Abaixo Assinado diz que os 2 mil assinantes se posicionaram contrários a doação pela existência de um “lixão no local”. O terreno escolhido pela prefeitura fica na localidade conhecida como Invernadinha.

Comissão de Educação, Saúde e Assistência, presidida pelo vereador Valdecir Ratko (PSC) informou que deverá pedir esclarecimentos Junto à Secretaria de Meio Ambiente do Município e ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), antes de doação ser votada. O assunto se arrasta desde 2012, quando os vereadores da gestão passada disseram não a construção de um Mini presídio em União da Vitória.

Discussão e Audiências Públicas

Em fevereiro deste ano, a Casa Civil do Paraná recebeu ofícios assinados por juízes da Comarca de União da Vitória e também por procuradores do Ministério Público do Paraná que atuam no município reivindicando a construção de uma unidade prisional na cidade. O Delegado-Chefe da 4ª Subdivisão Policial (SDP) de União da Vitória, Dr. Douglas de Possebon e Freitas, disse que a Polícia Civil, sofre, como a PM, com o baixo efetivo e com as responsabilidades atreladas ao presídio improvisado que fica dentro da delegacia.

O delegado se mostrou a favor da implantação de um presídio em União da Vitória, para desafogar o trabalho dos policiais civis e militares. A estrutura da polícia é do século passado, ou seja, da década de 1980. “O que eu posso dizer é que o presídio não aumenta a criminalidade, que fala isso, fala sem propriedade. Nós temos uma cadeia com 80, as vezes 90 presos, isso sim é uma situação preocupante, mas isso ninguém fala”, afirmou o Delegado.

Já o Comandante do 27º BPM de União da Vitória, Major Renato dos Santos Taborda afirma que algumas pessoas acham que se colocar um presidio na cidade vai trazer junto um monte de bandidos para União da Vitória. “Nós temos um presídio em Porto União, com mais de 200 detentos, e não traz transtornos, então é necessário um presídio, em União da Vitória ou na região”, e afirmou que quem é contra não sabe o que está defendendo.

A prefeitura deixou o assunto por conta da Câmara. Apesar de cumprir sua parte enviando o projeto de Lei de doação do imóvel para a construção do presídio, não se manifesta publicamente a favor ou contra a implantação do sistema prisional na cidade. Temendo repercussão negativa, a Câmara de Vereadores vem protelando, com argumentos como o do abaixo assinado ou o pedido do Conselho de Segurança de União da Vitória (Conseg) apresentado antes da votação anterior. Não há informações sobre quando o projeto de Lei será apreciado em plenário pelos vereadores locais.