Laudo do IGP indica falha humana no desastre da Curva da Morte

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Atualizado há 9 anos

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Delegado disse que as investigações estão em fase de conclusão. (Foto: Jair Piloto Nunes).

A Polícia Civil de Porto União recebeu 18 dias após a colisão que matou um casal e um bebê, o laudo oficial do Instituto Geral de Perícia (IGP-SC), apontando as causas do sinistro. O Laudo Pericial nº 9107.14.00236, assinado pelo perito criminal João Leonardo Padilha Barneche, teve por objetivo apurar a velocidade que os veículos apresentavam momentos antes da colisão. A investigação da perícia não pode contar com o disco do tacógrafo do caminhão Mercedes Benz, placas MMA 2850, de General Carneiro (PR). Segundo Barneche, quando o aparelho de tacógrafo foi confiscado, o disco havia sido retirado.

O cálculo da velocidade medida dos dois veículos foi feito cientificamente baseado em uma formula complicada, mas com 98% de exatidão. Como não foram encontradas marcas pneumáticas dos veículos foi possível determinar a velocidade por meio do método de colisão bi-dimensional. No histórico da perícia foi apontado ainda que o caminhão estava na contramão e atingiu frontalmente o veículo, Ford KA, conduzido por Rodrigo Dalmolin.

Velocidade dos dois veículos

De acordo com o perito, usando o método onde se considerou o ângulo de entrada e saída, antes e depois da colisão dos veículos, o laudo apurou que o caminhão carregado com toras de pinus, antes da colisão desenvolvia velocidade aproximada de 70 km/h. Já o veículo Ford KA, de mil cilindradas, em que estavam além de Rodrigo sua esposa Letícia Tomko e a filha do casal, Angelina Tomko Dalmolin, de 11 meses, iniciava a subida da curva da morte a 42 km/h, também antes da colisão.

Falha humana

O laudo de perícia, que tem seis folhas, 14 fotos, duas ilustrações e um anexo do tacógrafo analisado, foi assinado pelo perito criminal regional, João Leonardo Padilha Barneche, conclui que “ressalta-se que não foram encontradas possíveis falhas mecânicas no veículo caminhão analisado e, considerando que a velocidade para o trecho da rodovia onde ocorreu a colisão era de 40 km/h, infere-se que a colisão ocorreu por falha humana e não mecânica.

Inquérito policial

Wellington Gustavo Spiacci, delegado de Polícia Civil de Porto União, que preside o inquérito sobre a colisão, declarou ontem que todas as pessoas envolvidas ou testemunhas já foram ouvidas. O delegado afirmou que todas as responsabilidades serão apuradas antes da finalização do inquérito. “Estão avançadas as investigações, nós daremos uma resposta rápida e eficaz para a sociedade”, disse Spiacci. O delegado chefe da DIC disse que aguarda um segundo laudo do IGP, onde será atestada a violação do tacógrafo. “Se houver um culpado, este será responsabilizado pela Justiça”, observou.

Audiência pública

Na quinta-feira, 27, acontece no Clube do Distrito de São Miguel da Serra a audiência pública para debater os problemas da SC-135. A audiência foi proposta pela Câmara de Vereadores de Porto União. Segundo os organizadores espera-se a presença de deputados estaduais e do Secretário de Infraestrutura de Santa Catarina para resolver o problema de forma definitiva. A comunidade está intransigente e quer a eliminação da Curva da Morte e a revitalização do trecho entre Porto União e Matos Costa, passando pelo perímetro urbano do Distrito de São Miguel da Serra.