Polícia diz que não houve sequestro no caso Nelson Meireles Júnior

Caso foi arquivado pela Polícia Civil de Porto União

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Atualizado há 8 anos

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Nelson diz que não lembra de nada. (Foto: Divulgação PM-SC).

O delegado Nilson Cezar, que coordena a Divisão de Investigação Criminal de Porto União (DIC), encerrou o inquérito policial que apurou as causas do desaparecimento de Nelson Meirellesú. Segundo o delegado, não foi possível reunir indícios da prática de nenhum crime cometido, assim como não foi possível reunir indícios de autoria. Ainda segundo Nilson Cezar, o Inquérito Policial será encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário da Comarca de Porto União para análise e arquivamento.

A Polícia Civil descartou a hipótese de sequestro, pois nenhum valor em dinheiro para resgate foi exigido dos familiares e tratou o caso como desaparecimento. Após investigações, no dia 27 de agosto, Nelson Meirelles Júnior foi localizado na cidade de Corupá (SC), sendo trazido para Irineópolis por seu tio Genésio Meirelles. Meirelles Júnior realizou o exame de corpo de delito, não sendo encontrada nenhuma lesão e “nenhuma ofensa à sua integridade corporal ou à sua saúde”, como descreve o inquérito policial. A caminhonete GM Montana também foi encontrada na cidade de Corupá, sendo submetida a perícia que não constatou nenhuma irregularidade no veículo.

O que disse Meireles Júnior

A Polícia Civil tentou ouvir Nelson Meirelles Júnior para mais esclarecimentos dos fatos, contudo ele apresentou atestados médicos informando que não tinha condições de falar sobre o caso, por pelo menos duas vezes. A Polícia Civil aguardou mais de um mês para ouvir Nelson para conseguir finalizar o Inquérito Policial. Quando foi ouvido, disse que não lembrava de nada, nem quando saiu de casa, se conversou com alguém ou ainda se estava acompanhado, muito menos o dia e nem a hora que saiu de casa. Segundo o delegado, Nelson disse que se lembra apenas quando acordou durante a noite na beira de uma rodovia em Corupá. O suposto desaparecido contou que tinha acabado de ser demitido de seu trabalho e provavelmente esse seja o motivo de seu abalo psicológico. Nelson Meirelles Junior afirmou ainda que não foi agredido, que não possuía lesões e que nada havia sido roubado.

Diante das investigações realizadas e das declarações de Nelson Meirelles Junior, a Divisão de Investigação Criminal de Porto União, encerrou o Inquérito Policial, pois não foi possível reunir indícios da prática de nenhum crime cometido, assim como não foi possível reunir indícios de autoria.

Relembre o caso

Desde que  desapareceu no dia 25 de agosto, por volta das 16h, quando seguia de casa para a Cooperativa de Produção e Consumo Concórdia (Copérdia), na BR 280, na região de Irineópolis (SC), a polícia aguardava seu depoimento. A Polícia Civil de Porto União abriu inquérito para apurar as circunstâncias do suposto assalto e sequestro de Nelson Meireles Júnior, que foi encontrado dois dias depois, em um matagal nos arredores de Corupá – SC. Seu carro também foi encontrado. Quando começou a confrontar os dados investigativos, o trabalho parou, porque o suposto sequestrado por duas vezes se negou a depor sobre o caso, entregando um atestado em que diz que não tem condições de depor.

A lei diz que comunicação falsa de crime ou de contravenção é crime, previsto no artigo 340 – Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Tramita na Câmara projeto (PL 1743/11) que torna inafiançáveis os crimes de denunciação caluniosa e de comunicação falsa de crime ou contravenção. O projeto altera os artigos 339 e 340 do Código Penal (Decreto Lei 2.848/40). o deputado federal Marllos Sampaio (PMDB-PI), autor da proposta, sugere o aumento da pena de denunciação caluniosa para três a oito anos de reclusão e multa; e para a comunicação falsa pela de três a cinco anos de detenção e multa.