Polícia sufoca rebelião e tentativa de fuga em Palmas

Capacidade da carceragem é para 60 detentos. No momento, estavam com 81

·
Atualizado há 7 anos

seguranXXaXPalmasX1Detentos de três cela da carceragem da Delegacia do município de Palmas, no centro sul do Paraná, tentaram fugir pelo telhado. De acordo com as informações da PM, os presos conseguiram invadir o corredor da carceragem e para confundir as autoridades de segurança, atearam fogo em colchões e roupas de cama. A ação aconteceu na noite de segunda-feira, 15.

Com a ação rápida da polícia, os detentos começaram uma rebelião, com depredação da carceragem. Ninguém conseguiu fugir. Os presos amotinados já estavam no telhado e foram contidos pela força policial. Na carceragem foram registrados danos na parte elétrica e hidráulica que ficaram comprometidas. O delegado Vyctor Hugo, informou que os reparos no local foram iniciados na tarde de ontem.

Durante a madrugada de ontem, dez presos foram transferidos para a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão. No momento da rebelião, 81 presos estavam na carceragem, no entanto, a capacidade máxima é para 60 detentos. Deram suporte à ação policial Policiais Civis de Pato Branco e Região, Policiais do Denarc e todo o efetivo disponível da Polícia Militar da região.

Boatos e tensão

Enquanto a polícia sufocava a rebelião, boatos e publicações de imagens em redes sociais informaram a morte de dois detentos no local. As autoridades policiais tiveram de conter o desespero das famílias dos detentos que estavam na porta da delegacia a espera de informações. Os boatos foram desmentidos horas mais tarde.

O delegado Vyctor Hugo destacou a ação conjunta das Polícias Civil e Militar locais e regionais, além da presença constante do Ministério Publico trazendo as garantias constitucionais dos detentos. Segundo ele, a negociação foi tranquila sem a necessidade do uso de força excessiva. Os líderes da rebelião foram identificados e transferidos para a penitenciaria de Francisco Beltrão.

Superlotação lembra 4ᵃ SDP

Um terço dos 29 mil presos do Paraná estão amontoados nas 174 cadeias e carceragens de delegacias, em condições insalubres e degradantes, e sem acesso a qualquer política de ressocialização. Essa é a principal conclusão de estudo sobre o sistema carcerário, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná.

Em União da Vitória a situação é tão preocupante quanto a de Palmas. Estão presos ou cumprindo pena, 68 pessoas na carceragem da 4ᵃ SDP. Nesse número estão quatro mulheres. Pelo número de camas, que é uma medida válida usada só poderiam estar no local 32 presos. Se a contagem for por metro a disposição de cada detento, o número cai pela metade, ou seja, só poderiam estar na carceragem (celas improvisadas) somente 16 presos.

O fato de existir um presídio improvisado no centro da cidade já foi objeto de várias críticas, movimentos e até interdições por parte do poder judiciário. A última, de 2013, nunca foi cumprida, porque a procuradoria do estado até hoje briga pala manutenção do espaço como presídio, por não ter para onde levar os detentos, segundo a defesa do estado.