Vitória da união: liberada Delegacia da Mulher para União da Vitória

Conselho da Polícia Civil deliberou a favor da Delegacia da Mulher

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Atualizado há 9 anos

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Tathiana Guzella comemorou a confirmação da viabilização da Delegacia da Mulher em União da Vitória

A 4ª Subdivisão Policial de União da Vitória vai aumentar. O Conselho da Polícia Civil do Paraná, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Estado, aprovou por unanimidade dos conselheiros a proposição da criação da Delegacia da Mulher, elaborado pela 4ª SDP. É uma vitória vinda da união. O projeto nasceu da dedicação do então delegado André Vilela e da delegada operacional Tathiana Guzella. Rapidamente a proposição ganhou apoio político do prefeito Pedro Ivo Ilkiv (PT) e do deputado estadual Hussein Bakri (PSC). O Poder Judiciário também se engajou na causa. O diretor do Fórum de União da Vitória, Carlos Mattioli e o juiz da 2ª Vara Criminal, Emerson Prado Spak, colocaram o Fórum da Comarca a disposição. Deu certo!

De acordo com o prefeito o município está fazendo a sua parte. Ele disse que a Administração está alugando um imóvel próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros para a instalação da sede da Delegacia da Mulher, da Criança e do Adolescente. No mesmo espaço deve funcionar um centro de apoio às mulheres agredidas ou em situação de vulnerabilidade.

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Delegacia da Mulher foi garantida para União da Vitória

Hussein Bakri não foi encontrado em seu gabinete na Assembleia Legislativa na tarde de ontem pela reportagem de O Comércio. De acordo com sua assessoria de imprensa, o deputado estava em audiência na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDU), acompanhando a comitiva de União da Vitória, liderada pelo prefeito Pedro Ivo Ilkiv.

A delegada Tathiana Guzella disse que a concretização da Delegacia da Mulher é o resgate de uma dívida histórica com as mulheres, mães, jovens ou não aqui da região de União da Vitória. “Batalhamos muito por essa delegacia, mas o trabalho não acaba por aqui, precisamos urgentemente do presídio em União da Vitória”, disse.

A Delegacia da Mulher tem como objetivo prezar pela segurança da população feminina, através de investigação, prevenção e repressão de violência praticada contra mulheres. Há também um trabalho preventivo, educativo e curativo efetuado por setores jurídico e psicossocial, que auxiliam as mulheres agredidas e também familiares.

Presídio volta a ser objetivo

A próxima batalha, segundo a delegada, é a implantação de um presídio em União da Vitória. Não mini presídio. Um presídio de verdade, em regime fechado. Os presos estão amontoados na 4ª SDP. Cinco policiais que poderiam estar na investigação estão cuidando dia e noite do presídio improvisado que, de provisório, passou a efetivo. Mas a razão maior é que como está interditado, o local não pode receber presos. Na prática pessoas presas por tráfico, porte ilegal de arma e outros crimes não ficam presos e respondem em liberdade, proporcionando à sociedade a sensação de impunidade. Para tanto a delegada vai precisar de novo das forças políticas e judiciárias.

A cadeia da 4ª SDP é uma aberração e um atentado contra a segurança pública local. Localizada ao lado de uma escola, atrás da Rodoviária Intermunicipal, em frente de um posto de combustível e em uma rua onde passam milhares de trabalhadores e estudantes todos os dias. É uma bomba relógio. Em União da Vitória as frequentes operações “bate-grade” encontram armas brancas improvisadas (os chamados estoques), feitas com todo o tipo de material arrancado das paredes da cadeia ou com objetos de artesanato. Os detentos vivem em clima permanente de ameaça de fugas ou rebeliões.

Em abril de 2013 o Juiz Corregedor dos Presídios da Comarca de União da Vitória, Mário Dittrich Bilieri, a partir de representação formulada pelo Ministério Público do Estado do Paraná, determinou a interdição da cadeia pública local. O esvaziamento da cadeia foi contestado pela Procuradoria do Estado e o processo se arrasta na burocracia até hoje.