Legislação confusa e tributação excessiva atrasam o avanço da telefonia no

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Atualizado há 6 anos

Andréa Leonora

CNR-SC/ADI-SC/Central de Diários

Na semana passada, o secretário estadual da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, lançou um serviço de alerta de emergência climática para todos os municípios, via SMS, ou seja, com o uso de celulares. O governador Raimundo Colombo participou do ato de lançamento e falou da necessidade de expansão da cobertura de sinal por parte das operadoras. Só assim a população terá pleno acesso ao novo serviço da Defesa Civil, por meio do número 40199. O presidente da operadora Claro, Paulo Cesar Teixeira, esteve em Florianópolis no início da semana justamente para falar dos investimentos que estão sendo feitos a fim de aumentar a cobertura da companhia ao mesmo tempo em que se aplicam recursos também para melhorar a qualidade dos serviços de voz e dados.

Ao ser questionado sobre a comparação da telefonia e internet móvel no Brasil com outros países, em qualidade e custos, Teixeira explicou que há um atraso de investimentos por parte das operadoras de uma maneira geral, resultado da multiplicidade de leis. O setor é regido por leis federais, estaduais e municipais, sendo que nem sempre uma concorda com a outra. “Os serviços que oferecemos são essenciais e diários. Mas tratados como eventuais. Você vai eventualmente ao cinema, mas diariamente se comunica usando as telecomunicações para isso. O Brasil poderia ter muito mais antenas, mas falta uma unificação de legislação urbana e ambiental em todos os níveis de governo”, criticou.

Os problemas não param por aí. Como um dos maiores conhecedores do setor no país – está há seis meses na Claro, passou pelo comando da Vivo e da Telerj Celular, e foi diretor de engenharia da Telebras –, ele afirma que a telecomunicação está entre os serviços mais taxados do país, com percentuais só comparáveis aos cigarros e às bebidas. Segundo o presidente da Claro, em alguns estados já é maior o percentual dos tributos do que o que fica na empresa para manutenção de sistema, modernização, pagamento de fornecedores e empregados.  “É um total desestímulo! Em países que estão na mesma linha de desenvolvimento do Brasil, a taxação fica, na média, em 8%. E aqui a média é de 40%.”

Santa Catarina

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelo setor, Paulo Cesar Teixeira está acelerando os investimentos feitos pela Claro, empresa controlada pela mexicana América Móvil, um dos maiores grupos de telefonia móvel do mundo. Em coletiva à imprensa em Florianópolis, ele anunciou o pioneirismo da operadora na implantação de redes 4.5G no Brasil, sistema que de imediato eleva em 30% a velocidade de transmissão de dados mesmo em aparelhos ainda não adequados. Para os apropriados, a velocidade será dez vezes maior.

Diretor regional da Claro para Santa Catarina e Paraná, Versione Souza disse que “a configuração de Santa Catarina é muito positiva para os planos de ampliação da empresa”. Afirmou que há mais segurança para se investir aqui por ter sido o último estado a entrar na crise e estar sendo o primeiro a sair dela. “O desafio é entregar um serviço de qualidade em todas as regiões. Estamos trabalhando, prioritariamente, a Capital, as principais cidades e regiões metropolitanas, e os municípios atravessados pelos principais eixos rodoviários”, revelou Souza.

A Claro está investindo para chegar à vice-liderança do setor, no lugar da TIM e atrás apenas da Vivo. E para dar conta de uma exigência cada vez maior dos usuários – 92,1% dos acessos à internet no Brasil já ocorrem via smartphone e até 2020 o consumo de dados deve triplicar. Teixeira lembrou que, “há 20 anos, com a privatização das telefônicas, acreditávamos que a universalização do serviço de telefonia seria pelo fixo, mas se deu pelo móvel”.

Para Santa Catarina, em 2017, a empresa vai chegar a um total de 172 antenas novas ou modernizadas. De olho no fluxo turístico de verão, vai garantir rede 4G para os principais balneários do litoral catarinense e ainda vai levar o serviço de quarta geração para mais 49 novas cidades no estado. De acordo com o diretor regional, até o final do ano 75% da população do estado terá acesso ao serviço de quarta geração.

Todas as transformações tecnológicas estão sendo acompanhadas por outras ações. Além de estar investindo mais fortemente em marketing, com campanhas em diferentes meios de comunicação anunciando a variedade de serviços, planos e pacotes que oferece, a empresa está em um processo de transformação das lojas próprias e de parceiros. A proposta é que seja um espaço de convivência, com absoluta interatividade para que o cliente possa fazer suas escolhas com base na experiência.