TECNOLOGIA: O fim? Na mira da extinção

Canais de entretenimento aparecem como alternativa barata e atual para quem gosta de bons filmes. Locadoras sobrevivem mas temem seu desaparecimento

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Atualizado há 8 anos

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Locadoras sobrevivem mas temem o futuro do produto. (Foto: Mariana Honesko).

A onda tecnologica também chegou às sessões culturais. Hoje, está bem mais fácil assistir aquela série divertida, aquele filme de suspense tão esperado. Embora não disponha exatamente de produtos recem tirados do forno, canais de entretenimento via internet estão fazendo a cabeça de quem curte a combinação sofá + pipoca e pouco investimento. Com mensalidades de R$ 20, em média, é possivel acessar do computador, tablet e as versões smarttv e fone, longametragens clássicos, desenhos, séries, shows e documentários. O valor pago para assistir o que se quiser o dia todo, corresponde à locaçao de tres DVDs, por exemplo.

Por isso, sobreviver não tem sido fácil. “Estamos esperando a morte chegar”, desabafa o proprietário da Lokal, Luiz Adler Michel. A locadora, que tem 20 anos e está no mesmo lugar neste tempo todo, no centro de União da Vitória, viveu seu auge, o que garantiu uma vida tranquila à familia do empresário. Hoje, o tempo é outro. “A internet vem minando todos os ramos e na locadora eu até já esperava ter terminado o trabalho há uns dois anos”, diz.

A empresa, que teve de encarar o drama dos DVDs piratas, enfrenta agora um ataque muito mais forte. “A Netflix, por exemplo, é assustadora. Com ela até a pirataria tem problemas”, compara Michel. A Lokal, por conta de tudo isso, precisou mudar: ninguem foi demitido mas o atendimento ficou mais curto (agora só à tarde e noite) e as promoções tentam manter aquecida a cartela de clientes. Ainda, garante Michel, a empresa não troca “seis por meia dúzia”, mas quase. “Espero passar o inverno, que é o nosso Natal, e ver o que vai acontecer”, afirma.

Os donos da Star Vídeo, em Porto União, apostam nas promoções para ficar firmes nesta corda bamba. “No caso da Netflix, a gente sentiu uma queda mas não tão grande porque ela não tem filmes novos”, comentam, Paula e Marcelo Coelho. Na loja, os lançamentos estão na prateleira cerca de três meses após a exibição nos cinemas e mesmo sendo um periodo relativamente longo, garante clientela (na Netflix a liberação acontece depois disso). Ainda, o acervo ajuda neste “respiro”. Por lá, a promoção é de R$ 1 nas locações feitas nas segundas e quartas-feiras.

Não é possivel prever o futuro mas, com tantos canais de TV a cabo, da internet, a sofisticação cada vez maior das salas de cinema e a possibilidade do espectador comprar seu ingresso pela internet, a locação de DVD tradicional tinha mesmo que perder espaço. Sucesso nas décadas de 1990 e 2000, as videolocadoras estão cada vez mais escassas. Mas, ainda não é o fim.

Netflix, a revolução

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Em alta: Netflix custa pouco, mas não dispõe de lançamentos. (Foto: Mariana Honesko).

Simples, barata e extremamente acessivel. É assim que vem se comportamento a Netflix, uma provedora global de filmes e séries de TV via streaming (uma forma de transmissão de som e imagem (áudio e vídeo) em que através de uma rede qualquer de computadores sem a necessidade de efetuar downloads do que está se vendo e ouvindo). E os especialistas garantem: o canal é uma revolução. “A Netflix nada mais é do que a melhor coisa pós-internet que surgiu, pois nunca antes na história poderíamos assistir a nossos programas preferidos na hora e lugar que gostaríamos de assistir”, argumenta o técnico em informática, Sócrates Flenik. Além da Netflix, há também programas similares, porém menos populares, como o Popcorn e os nacionais, Record e Globo, que também possuem seus canais streaming.

A Netflix chegou com tudo e sabe fazer a lição de casa: deixa o futuro cliente à vontade para experimentar o acervo de graça por 30 dias, até que o vício o obrigue a compra-la. “E com a junção da internet e as Tvs digitais forma-se assim as SmartTvs (tv’s inteligentes) ficando muito atraente e cômodo assistir nossas séries e filmes prediletos”, explica Flenik.

Ao lado da Netflix e dos programas semelhantes, dispara em popularidade o YouTube. Na prática, a força do canal é ainda maior, já que dispõe de vídeos completos e uma infinidade de conteúdo musical. “A gente sabia que o meio digital chegaria em algum momento e que não daria para remar contra a maré. Infelizmente para as locadoras que deixarão de ser um comércio real para virarem virtuais, a única solução viável para um fim inevitável”, avalia o técnico.