Moradores deixam abrigos temporários

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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(Foto: Mariana Honesko).

O bebê de Silvia Mello, de 28 anos, é tranquilo. Chora apenas quando tem cólica e aceita bem o fato de estar fora de casa. Leonardo tem 20 dias, nasceu no auge das cheias do Iguaçu e não entende realmente o que está acontecendo. “Comecei a ter dor na madrugada e ele nasceu na manhã do outro dia. Era um dia de chuva, frio”, conta a mãe do menino que nasceu no dia 23 de junho. Silvia trabalha com serviços gerais e aguarda, com o marido e outros dois filhos, a estabilidade do tempo para, só então, voltar para casa, no Bairro Navegantes, em União da Vitória. Até lá, segue nos pequenos cômodos do escritório da Associação Atlética Iguaçu, cedidos à família como abrigo temporário.

Na cidade, a família Mello é uma das poucas que ainda está fora de casa. Nos abrigos públicos, cedidos pelo município, não há mais moradores. Desde o primeiro final de semana de junho, quando a chuva caiu com força e elevou o nível do Rio Iguaçu, a prefeitura cedeu cinco endereços possíveis: dois ginásios de esporte, uma escola e duas associações de moradores.

Em Porto União, a situação é idêntica. Os seis abrigos oferecidos pela Defesa Civil estão vazios. Na quinta-feira, 10, a última família que ainda estava no ginásio Lauro Müller Soares, deixou o espaço. Ontem, o dia era de limpeza nos locais usados temporariamente. Houve quem deixou para trás móveis e até eletrodomésticos. “Estivemos com 65 famílias abrigadas nos locais improvisados, mas emitimos 729 laudos de famílias que saíram de suas casas”, lembra Cabo Lírio, chefe da Defesa Civil no município.

Em União, distribuição de kits está suspensa até terça-feira

abrigo-familias-enchente2O cronograma de entrega sofre uma pausa no final de semana e na segunda-feira. De acordo com Sidnei Cieslak, coordenador da Ação Social de União da Vitória, a distribuição volta a acontecer na terça-feira, a partir de uma força-tarefa, que deve recrutar Exército, Polícia Militar, prefeitura e voluntários. “Para ver se entregamos tudo em dois ou três dias e acabamos todas as entregas”, justifica. A distribuição ainda não está completa nos bairros São Bernardo, Limeira, Rio d’Areia, Rocio, São Basílio, São Joaquim e Cristo Rei.

Os kits entregues contem colchão, cobertor, cesta básica e material de limpeza. Houve críticas dos moradores quando a presença de itens considerados supérfluos, como biscoito recheado e chocolate, em algumas cestas. Conforme Cieslak, a distribuição parcial é fruto das doações destes produtos em menor quantidade. Assim, não foi possível atender todas as famílias com cestas de mesmo conteúdo. A secretaria informa que doações voluntárias já não são mais necessárias. Nesta semana, itens de primeira necessidade foram comprados pelo município e já entregues aos moradores das áreas atingidas.

Entenda o processo de liberação do FGTS

O anúncio de que o recurso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) seria liberado às vitimas das cheias causou muito “barulho” nas Cidades Irmãs. Mas, até ontem, o dinheiro seguia nos terminais eletrônicos da Caixa Econômica Federal (CEF).

Confira na íntegra a entrevista concedida pelos gerentes da Caixa Econômica de União da Vitória e Porto União, Zanoni Júnior e Elton Hoffman, respectivamente, e do  secretário da Indústria, Comércio e Turismo de União da Vitória, Luílson Schwartz, ao programa “Linha Aberta” da Super Rádio União. Na ocasião destacaram a respeito da liberação do Canal Cidadão, que estará auxiliando a população no processo de saque do FGTS.

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