Acordo entre países facilita ligação entre o Paraná e o Chile

Governador do Estado defende a implantação de um corredor bioceânico, ligando o Porto de Paranaguá a Antofagasta, passando por Paraguai e Argentina.

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Atualizado há 5 anos

(Foto: Rodrigo Félix Leal/ANPr).
(Foto: Rodrigo Félix Leal/ANPr).

A iniciativa da criação do Foro para o Progresso e Desenvolvimento da América Latina (Prosul), durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Chile, deve facilitar a concepção do corredor bioceânico, uma nova via para ligar o Porto de Paranaguá, no Paraná, e o Porto de Antofagasta, no Norte do Chile.

O fórum vai promover a cooperação nas áreas de comércio e desenvolvimento econômico, e permitirá aos países aumentar a integração no cone sul. Para o governador Carlos Massa Ratinho Junior, a modernização da infraestrutura deve estar entre as prioridades dos países sul-americanos e a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico é fundamental para ampliar a competitividade da região no mercado global.

Ratinho Junior já apresentou a proposta de ligação bioceânia ao presidente Jair Bolsonaro, ao presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e ao diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, que pode assumir a execução do projeto executivo do empreendimento.

O governador destaca que a participação de Itaipu pode abrir caminho para os entendimentos com os demais países por onde passará a futura ferrovia.

“É um diálogo que vale a pena, já que é uma obra estruturante muito importante e um sonho antigo do País”, afirmou Silva e Luna.

Em recente encontro entre o governador e o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, a construção da ligação entre Paraná e Chile foi um dos principais itens da pauta. Segundo o diplomata, a China tem muito interesse em participar do projeto, além dos novos processos de concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos e ampliação da operação portuária no Paraná.

A construção do corredor bioceânico também esteve na agenda do governo estadual com embaixadores dos países que formam o BRICS. Além do Brasil, o grupo econômico tem a China, Rússia, África do Sul e Índia.

“A modernização da nossa infraestrutura cacifa o Estado a ter maior participação nas relações comerciais do bloco”, avalia o governador Ratinho Junior.

A ligação entre os dois portos e a reestruturação de escoamento da produção do agronegócio vai engordar as exportações brasileiras e sul-americanas para os países asiáticos pelo Oceano Pacífico. Apenas o Paraná exporta anualmente mais de US$ 6 bilhões à China, principal consumidor de soja e carne de frango do Estado.

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HUB LOGÍSTICO – O governador Ratinho Junior defende que o Paraná é o “umbigo” da América do Sul e pode se transformar em um hub logístico do continente. “Estamos muito próximos, em termos de distância, de cerca de 70% das capitais, e bem no centro do potencial econômico do agronegócio, do Mato Grosso e Minas Gerais. Nesse cenário o Paraná é estrategicamente um ponto de exportação para os empresários”, afirmou.

O Estado também caminha para se tornar o maior produtor de alimento por metro quadrado do mundo, informa o governador, e precisa preparar o sistema de escoamento para as próximas décadas. “Pelos nossos cálculos, este corredor baratearia em 40% do custo logístico da exportação para a Ásia e diminuiria em muitos dias esse transporte”, exemplifica o governador.

O Prosul deve integrar Chile, Argentina, Paraguai e Brasil, países destacados para a ligação bioceânica, e ter entre suas prioridades a área de infraestrutura, fundamental para o desenvolvimento econômico e social dos países.

(Foto: Arnaldo Alves / ANPr).
(Foto: Arnaldo Alves / ANPr).

CORREDOR BIOCEÂNICO – A ligação porto a porto teria 2,5 mil quilômetros de extensão por rodovias e ferrovias e seria concedido à iniciativa privada por mais de 20 anos. O corredor começa em Paranaguá e passa por Paraguai e Argentina até alcançar o porto chileno de Antofagasta. A obra beneficiaria também a Bolívia e o Peru.

A sede do corredor no Paraná facilita a integração dos demais estados do Sul com a cadeia de exportação para a Ásia. O projeto prevê escoamento da produção de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pelo trecho que se inicia em Cascavel, no Oeste do Estado.