GREVE: Movimento dos caminhoneiros perde força pelo País

Em União da Vitória bloqueio teve três momentos e impasse marcou a manifestação da categoria

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Atualizado há 8 anos

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Movimento no quilômetro 358 na BR-476 estava tranquilo ontem. Manifesto na cidade encerrou ainda na tarde de terça-feira. (Foto: Bruna Kobus).

A greve dos caminhoneiros, que começou desacreditada na segunda-feira, 9, tomou corpo em pouco tempo e deu dor de cabeça para o Governo Federal. Tanto que depois do pronunciamento na terça-feira pela manhã, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou para que não ocorresse bloqueio das vias federais a Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderia, sim, utilizar da força, caso necessário. O ultimato não baixou a guarda de alguns manifestantes, que tomaram ainda mais vias. Só que o cenário começou a enfraquecer, quando uma multa superior a R$ 1,9 mil foi estipulada pelo Governo Federal por obstrução de rodovias federais.

Com medo, muitos caminhoneiros, que atuavam de forma autônoma no movimento, começaram a colocar os caminhões para rodar mais uma vez.

Por aqui o movimento também não manteve nenhum contato com o comando de greve nacional, mas, mesmo assim, por três momentos em dois dias o quilômetro 358 da BR-476, logo na entrada da cidade, ficou bloqueado. O impasse entre os caminhoneiros mostrou a falta de união da categoria. Enquanto alguns falavam em afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), outros reclamavam do pedido.

Por aqui não houve registro de confusão ou desentendimento. A PRF de General Carneiro, que toma conta do trecho, monitorou a situação, mas não deslocou efetivo permanente ao quilômetro bloqueado. A única orientação foi para que os caminhões fossem estacionados no acostamento, para não impedir a passagem de carros de passeios, motos, ambulâncias e ônibus.

No final da tarde de terça-feira ainda havia a chance de a organização local bloquear a via pela quarta vez, mas o volume de caminhoneiros já havia diminuído mais que a metade e as coisas começaram a “esfriar.

Em entrevista ao O Comércio, José Ademir, caminhoneiro há mais de 20 anos e um dos organizadores da manifestação na cidade, mostrou sua insatisfação com o Governo Federal e, por isso, tomou a frente da organização. “Se não fizermos nada agora, do jeito que está, não dá para ficar”, disse em entrevista.