Pista do aeroporto de União da Vitória encolhe e Rotaer não atualiza dados

Prefeitura diz que enviou comunicados à autoridade aeroportuária federal comunicando diminuição da pista de pousos e decolagens

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Atualizado há 5 anos

(Foto: Mariana Honesko).
(Foto: Mariana Honesko).

Desde que foi entregue no dia 23 de novembro de 2018, a obra da pista do aeroporto municipal José Cleto de União da Vitória, encolheu em 200 metros. Contudo a autoridade aeroportuária federal, não fez as correções das alterações para a adaptação de pilotos de aeronaves. Assim, há riscos de acidentes aéreos no aeroporto local. O gestor do aeroporto, Clodoaldo Goetz informou que as devidas comunicações foram feitas ao Sindacta II ainda no ano passado.

Além do pavimento novo, a pista de pouso que tinha 1.000m passou a ter 814m, ou seja, foi reduzida. “Isso não está relacionado à economia como muitos podem pensar. Esta nova extensão da pista é fruto do Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA) que foi realizado por empresa especializada. Para chegar a essa definição foram observados diversos fatores de segurança, entre os quais está a proximidade com o Morro do Cristo, por exemplo”, justificou o secretário de planejamento Clodoaldo Goetz, que é, inclusive, o gestor municipal do aeroporto por força de decreto municipal.

Na prática, aviões de maior porte não podem aterrissar em União da Vitória, por conta do encolhimento da pista. Isso já pode ser observado, por exemplo, com os aviões que fazem os traslados de pacientes. No Paraná, os helicópteros do governo do estado têm sido usados. Já para os pilotos do aeroclube local, não muda nada. São ultraleves, aeronaves de pequeno porte, onde a revitalização da pista ficou, segundo eles, em excelentes condições.

Área de escape

aeroporto 01Os 200 metros que sobraram, podem ser usados como área de escape, em caso de emergência. Os pilotos locais alertam que isso precisa ser descrito no site da ROTAER, do Sindacta II, para não haver problemas para pilotos desavisados de fora. Um dos pilotos disse que o certo é usar a rota do Morro do Cristo para pousar e poder usar em caso de dificuldades, a área de escape, que não recebeu a camada asfáltica, mas tem razoáveis condições de trafegabilidade.

Ainda conforme Clodoaldo Goetz para a pista voltar a ter seus 1000 (mil) metros é preciso fazer um plano específico de segurança. No entanto o gestor municipal do aeroporto alertou que o processo é burocrático e complicado. “Pode ser feito, vamos discutir isso ao longo deste ano”, disse.

Dados antigos, perigo no ar

A reportagem  do Portal VVale consultou os dados do ROTAER, com os dados do Sindacta 02, do Departamento de Controle aéreo e espaço, às 11h56 de segunda-feira, 21 de janeiro de 2019, e constatou que o erro de informação permanece.

Sobre o aeroporto

aeroporto 02Os trabalhos de revitalização do Aeroporto Municipal José Cleto, foram executados com recursos da Secretaria de Infraestrutura e Logística e contrapartida da prefeitura Municipal. O valor da obra foi de R$ 997.147,65, liberado por meio do processo licitatório 06/2018, processo nº 92/2018.

O pavimento novo de 814m, de fato, é mais curto que os anteriores 1.000m. Os investimentos no aeroporto José Cleto foram repassados por meio de convênio com a Secretaria de Infraestrutura e Logística e com R$ 58,6 mil de contrapartida da prefeitura. Os recursos foram usados no recapeamento do pavimento, que terá a textura aumentada e o aeroporto passará a contar com toda a sinalização exigida pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II).

O prefeito Santin Roveda entende que a obra é fundamental e que não está isolada. “Mais que uma ação necessária pelas condições precárias que se encontrava a pista de pouso – quem é piloto sabe do que estou falando – esta obra tem a ver com a segurança, saúde e com o desenvolvimento econômico regional. Está conectada a outras ações que estamos fazendo e, com certeza, somará em muitos benefícios para a comunidade”, resumiu Santin.

Aeroporto Regional

A demanda por voos no Paraná deve dobrar em até 15 anos, prevê o governo do Estado em documento que analisa o sistema aeroportuário paranaense. A estimativa mostra que o número de passageiros transportados hoje, em torno de 12 milhões, deve chegar a cerca de 23 milhões em 2030. Lideranças políticas trabalham desde 2011 para inserir o aeroporto José Cleto entre os que oferecem voos comerciais regionais. Para tanto, a estrutura física do aeroporto tem de oferecer as condições necessárias e infraestrutura para pousos e decolagens à noite e por aparelhos, o que será possível a partir da estruturação do local.

Pato Branco tem aeroporto comercial

Aeroporto_PatoBranco_bO município de Pato Branco inaugurou do novo Aeroporto Municipal Juvenal Loureiro Cardoso e o início dos voos comerciais regulares, realizados pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras no último dia 10. O prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi, ressaltou que a operação dos voos regulares no Aeroporto Juvenal Cardoso, após a estruturação, representa uma conquista histórica para o Sudoeste do Paraná e Noroeste de Santa Catarina.

O aeroporto recebeu mais de R$ 4,3 milhões em investimentos públicos e outros R$ 353 mil da Associação Comercial e Empresarial de Toledo. Os recursos foram aplicados, entre outros, em obras de reforma do terminal de passageiros, no recape da pista, na construção de uma nova cerca, pintura, pavimentação, sinalização, iluminação e compra de equipamentos.

Para 2019 estão previstas ainda a instalação de uma estação meteorológica de superfície, a ampliação do pátio de estacionamento de aeronaves e a compra de um sistema de luzes indicadoras da rampa de aproximação das aeronaves.