Ponte de madeira no Limeira não será substituída

Mas prefeitura de União da Vitória garante intervenção, ainda que paliativa, em trecho populoso do bairro

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Atualizado há 10 anos

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Ponte é pequena, estreita e com fendas nas “pranchas” de madeira: relatos registram acidentes. (Fotos: Mariana Honesko).

Ela é estreita, não tem proteção nas laterais e não convence, em termos de segurança, as cerca de 120 famílias que moram próximas da estrutura. A ponte é antiga, de madeira e hoje amarga a precariedade. Em seu histórico, conforme os moradores do Bairro Limeira, zona Sul de União da Vitória, carrega uma série de acidentes.

O mais recente teria envolvido uma criança que, ao pedalar sobre a ponte, prendeu um dos pneus. Com o impacto, o menino teria caído no Rio d’Areia, que passa estreito, mas com correnteza, embaixo da ponte. Uma senhora também teria caído após perder o equilíbrio. “E os bêbados é direto. Eles caem mesmo”, conta, misturando revolta e bom humor, a dona-de-casa Salete de Fátima de Oliveira, moradora há 23 anos de uma casinha de madeira ao lado da ponte.

Segundo ela, apoiada por sua irmã, a também dona-de-casa Helena Rosária de Oliveira, a estrutura da ponte ficou pior após a enchente de junho quando, submersa, teve boa parte das tábuas da passarela afrouxadas ou soltas. “Ela saiu um pouco do lugar”, confirma Helena.

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Irmãs, Salete e Helena, que moram ao lado da ponte, confirmam as dificuldades do trânsito sobre ela

A ponte é usada essencialmente pelos moradores do final do bairro. Na prática, ela não liga um bairro ao outro, tampouco é única rota de acesso. Mesmo assim, os moradores brigam pela reforma ou substituição total da estrutura. O temor é por novos acidentes ou por outros, mais sérios e até fatais. “Eu uso muito a ponte para visitar a comadre. Passo de carro também, mas com medo”, sorri a dona-de-casa Eva Cardoso.

Sem previsão de substituição

Conforme a Secretaria de Obras, a ponte do Limeira não deve ser trocada. Para Jair Brugnago, que responde pela pasta, o investimento poderia diminuir o poder de convencimento da prefeitura junto aos moradores. De acordo com Brugnago, os moradores do trecho serão realocados para o novo conjunto habitacional, construído pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) no Bairro São Gabriel. “Quanto mais comodidade dermos, menor será o nosso poder de convencimento”, reafirma.

A área, embora habitada já há algumas décadas, é de invasão e a prefeitura acredita que, a partir de investimentos no local, a vontade pela mudança de local seja muito menor. Mesmo assim, o secretário garantiu pequenas intervenções na estrutura. Pelo menos, diz, para garantir um trânsito mais seguro aos moradores, a pé, de bicicleta, moto ou de carro.

De acordo com o gerente do escritório local da Cohapar, a terraplanagem da área que abrigará o novo conjunto já está sendo executada. Em um primeiro momento, 50 casas populares serão construídas. Depois, outras 112. “O total é de 168 casas novas”, confirma Júlio Adilson Pires.

Os 50 primeiros imóveis devem atender as famílias ribeirinhas do Iguaçu, a partir da Uniguaçu, na Autovia João Reolon. Para a próxima centena, o ajuste no terreno depende de autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Estima-se que a conclusão do primeiro lote esteja concluído em seis meses.

Pontes no Limeira

Cortado pelo Rio d’Areia, o Limeira abriga três pontes. Apenas uma delas é de concreto. As outras duas, de madeira. Embora simples, apenas a que está no final da rua da escola da comunidade exige melhorias. A outra, na outra extremidade, ainda que sem aparatos de segurança lateral, permite o tráfego com tranquilidade, de quem está à pé ou embarcado.