O Vovô

Odilon Muncinelli, Advogado, Fundador
e Membro Efetivo da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (ALVI), Associado Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR) e Associado Honorário da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-Paraná (AJEBPR). Foto: Arquivo

Certa feita, o professor e jornalista Hermínio Milis, um legítimo e autêntico “Manézinho da Ilha” de Santa Catarina, mudou-se para a Beira do Iguaçu com toda a sua bagagem intelectual, cultural, literária e social.

Registros dão conta que o professor e jornalista Hermínio Milis reorganizou a Biblioteca Pública de Florianópolis a convite do Governador Adolfo Konder. Era militante da imprensa da Capital Barriga-Verde de 1924 a 1929. Inclusive exerceu atividades no Jornal A República, no qual mantinha uma coluna sobre Linguagem Portuguesa. O seu nome aparece ainda como um dos fundadores do Centro Catarinense de Letras. No ano de 1964 Hermínio Milis foi preso pelo Movimento Militar.

Aqui na Beira do Iguaçu o seu nome aparece como Núcleo Educacional Jornalista Hermínio Milis, Rua Hermínio Milis e Troféu Hermínio Milis (conferido pelo Jornal O Comércio).

Ademais, tornou-se destacado jornalista em Santa Catarina e no Paraná.

Bem integrado com o meio pensante da Beira do Iguaçu, em 11 de junho de 1931, o professor e jornalista Hermínio Milis fundou o Jornal O Comércio. No começo da sua trajetória, o hebdomadário, (como diria o jornalista Ari Milis), teve alguns problemas por conta do Regime Militar da época. Durante a 2ª Guerra Mundial o Jornal teve muitas dificuldades para circular, pois o papel estava em falta. Mesmo assim, ele se manteve e conservou sua impressão. A circulação era quinzenal.

Acompanho a trajetória do Jornal O Comércio, como colaborador, desde o ano de 1970, quando publiquei o primeiro texto nas suas páginas.

Naquela época, a sua redação e oficina situavam-se na Rua Prudente de Morais, em Porto União, Santa Catarina, sob a chefia do jornalista Ari Milis, em parceria com seu irmão Orlando Milis, o popular “Deco”. A composição das páginas era feita letra por letra, tipo por tipo, em posição invertida para a impressão. A circulação era semanal.

Depois, mudou-se para a Rua Teixeira Soares, em União da Vitória, Paraná. Mais tarde, mudou-se para a Rua Barão do Cerro Azul e por último para a Rua Dario Bordin, ambas na mesma Cidade e Estado. 

Vale lembrar, neste dia 11 de junho de 2021, o Jornal O Comércio completa 90 anos de profícua e valiosa existência no meio jornalístico, cultural e social.  

Destes 90 anos, convivo com o Jornal O Comércio há mais de 50 anos. Quer dizer, mais da metade. Porquanto mantenho um vínculo jornalístico e afetivo com o Jornal O Comércio, desde o dia 23 de maio de 1970, pois nessa data publiquei a primeira crônica “Brasil, Campeão do Mundo”. Depois, continuei publicando outras crônicas e, principalmente, necrológios biográficos de homens e mulheres ligados à Justiça e à Literatura, e, outras pequenas biografias, et caetera.

Inclusive, três dessas crônicas mereceram destaque. A crônica “Aquele Menino” (que fala do inesquecível advogado Carlos Fagundes) foi lançada nos Anais da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná e as crônicas “Honra Ao Mérito” (que fala da Medalha do Contestado e do advogado e prefeito Victor Buch Filho) e “João Maria” (que fala do inesquecível advogado e cartorário João Maria Olinger) foram lançadas nos Anais da Câmara Municipal de Porto União, Santa Catarina.  

Concomitantemente, assinei a Coluna “Lex – Notas e Comentários”, semanalmente, com assuntos jurídicos e legais, durante 07 anos.

Até hoje, ainda publico algumas crônicas e necrológios, embora esparsamente.

E, atualmente, assino a Coluna “Milho no Monjolo”, que veio a lume no dia 11 de abril de 2003.  No começo, uma vez por semana. Depois, duas vezes. No intuito da oportuna anotação dos atos e dos fatos da História Local e Regional, referentes aos eventos e às notícias da área cultural e literária, pequenas biografias dos nossos escritores e escritoras, das nossas personagens ilustres, além de pequenos artigos, pequenas crônicas, enfim, notícias sobre a História, a Cultura, a Educação, et caetera.

Aliás, é bom lembrar que a Coluna “Milho no Monjolo” valeu, por si só, como passaporte único e aprovado, para o meu ingresso no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR), no dia 09 de dezembro de 2014, na qualidade de Associado Correspondente.  

Ademais, no começo a Coluna “Milho no Monjolo” era editada uma vez por semana, apenas nas sextas-feiras. Mas, logo em seguida, ela passou a ser editada duas vezes por semana, nas terças-feiras e nas sextas-feiras. E, nesta sexta-feira, dia 11, ela completa 1.729 edições.

Inúmeros escritores e escritoras de renome passaram, passam e outros continuam ativos nas suas páginas.

O Jornal O Comércio possui o Prêmio de Diagramação (2005), o Prêmio de Reportagem Livre e Fotografia (2007), conferidos pela ADJORI SC, o Prêmio em Reportagem Jornalística (2013 e 2015), conferido pela FATMA.

Atualmente o Jornal O Comércio é o terceiro Jornal mais antigo em circulação no Brasil e possui linha editorial baseada na ética e na informação com qualidade e respeito com o leitor. Desde 2012 faz parte do Grupo Verde Vale de Comunicação, composto pelas Rádios FM Verde Vale, Rádio Difusora União (hoje Central Brasileira de Notícias – CBN) e do Portal Vvale. É afiliado à Associação dos Diários do Interior (ADI) de Santa Catarina e do Paraná.

Voltar para matérias