Vovô faz 90 anos

Therezinha Leony Wolff. Foto: Sabrina Brun

Ele nasceu na rua 7 de Setembro pela mente e pelo olhar futurista de Hermínio Milis, que colocou a intelectualidade para funcionar a serviço das comunidades de dois municípios em dois estados do nosso País.

Numa caminhada longa e difícil, mudando de endereço, galgou degrau por degrau para atingir as finalidades as quais se propôs. Ao peso dos anos e da responsabilidade assumida, vez por outra parou para respirar forte e prosseguir, amparado pelos que comungam dos mesmos ideais.

É o “VOVÔ” da imprensa local registrando, com fotos e textos, aspectos históricos desta terra.

O leitor, que me dá a primazia de acompanhar no “Espaço Cultural” aquilo que escrevo, certamente já descobriu que refiro-me ao jornal “O Comércio” completando festivamente seus 90 anos.

Artigos sob minha responsabilidade chegaram à redação nas folhas impressas do jornal, aquelas indicando corpo, estilo, assunto, lauda, em páginas datilografadas de margem a margem, com espaços três a três, espaços na abertura das linhas e parágrafos, até a inovação tecnológica facilitando a digitação e o envio por e-mail do trabalho.

Desde 1988, registro aqui memórias através de relatos, crônicas e alguns poemas das coisas que vi, vivenciei, li ou ouvi das pessoas mais velhas.

Sempre apreciei narrativas memorialistas e como tal, coletei algumas das minhas memórias para a construção do volume “Pegadas Amigas”, hoje ao alcance de interessados. Volume feito especialmente para quem, não estando mais entre nós, faz parte da vida de Porto União e União da Vitória.

O “vovô” da imprensa local, prima pela colaboração prestada às Instituições em geral, publicando informações das e sobre elas, especialmente quando o alicerce para mantê-las está no trabalho voluntário.

Em diferentes ocasiões testemunho essas colaborações.

Mais de perto quando faço trabalhos que envolvem a população.

Na festa dos cem anos de União da Vitória, em 1990, as atividades inicialmente feitas na obscuridade, encontraram neste veículo de comunicação a possibilidade de chegar as pessoas colaboradoras e população em geral. Embora no rádio estivesse um forte aliado, no jornal eram publicados detalhadamente os resultados de concursos, competições esportivas, doações e concessões.

Por tudo isso e muito mais que aqui não cabe, congratulo-me com a direção e funcionários dessa empresa pela competência, esforço e dedicação com que nela atuam.

Rendo aqui meu reconhecimento àqueles que, já num outro espaço, quando no plano terrestre muitas vezes me auxiliaram: os repórteres Juarez Marcondes e Jair Nunes e o funcionário que semanalmente ao toque das doze badaladas entregava-me o jornal, Lauro Duvoisin.

Na saudade lembro aqueles que direcionaram os trabalhos jornalísticos iniciais: Hermínio Millis e seus descendentes Ari, Elzi, Orlando, Arielzi e André, hoje nos braços do Senhor.

Pela passagem do seu nonagésimo aniversário receba “Vovô”, junto a um clamoroso parabéns o desejo que tenha fôlego e incentivo para prosseguir na senda de bem informar, com a lisura da imparcialidade, fonte do crédito que lhe é depositado desde o longínquo 1931.

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