Inverno deve ser menos rigoroso e com períodos de frio mais curtos

O inverno teve início às 11h58 de quarta-feira, 21, e chegará ao fim em 22 de setembro, às 03h50. A estação que ano após ano desperta da população do Vale do Iguaçu a expectativa de neve, neste ano promete ser mais amena, com frentes frias menos duradouras.

Inverno deve ser menos rigoroso e com períodos de frio mais curtos

 Foto: Ana Tigrinho

O fato se explica pela presença do El Niño, fenômeno que causa o aquecimento das águas do Oceano Pácifico próximo a linha do Equador. “Considerando as informações disponíveis até o momento, são esperadas poucas ondas de ar frio e seco, que provocam a queda acentuada das temperaturas, formando as condições propícias às geadas. Além disso, a influência de El Niño favorece os veranicos, períodos de vários dias consecutivos com tempo seco e quente. Entre os fenômenos característicos do inverno paranaense estão os nevoeiros, que ocorrem principalmente quando as massas de ar permanecem estacionadas sobre a região”, explica o meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Reinaldo Kneib.

Mesmo com a expectativa de um inverno menos rigoroso, o acontecimento de geadas, principalmente aquelas vindas de forma tardia, são uma preocupação para produtores de grãos. A meteorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do ParanáIaparEmater (IDR-Paraná), Ângela Beatriz Costa, alerta sobre o tema. “Os episódios ocasionais de geadas tardias podem afetar as fases de florescimento e espigamento dos cereais de inverno como trigo, aveia e cevada, comprometendo a produtividade. As chuvas mal distribuídas, somadas as geadas ainda em um estágio suscetível à intempérie pode prejudicar o desenvolvimento e a colheita do milho segunda safra, vulnerável ao ataque de pragas e doenças como a cigarrinha do milho. Havendo previsão de geada, os agricultores devem adotar medidas para prevenir ou reduzir danos às culturas sensíveis às baixas temperaturas”.

Em Santa Catarina, as condições devem ser as mesmas das vistas no Paraná, com destaque para a possibilidade de chuvas acima da média entre julho e agosto. “Lembrando que nas áreas do oeste e meio-oeste catarinense os meses de agosto e setembro são os que chove mais. Em relação de episódios de temporais isolados eles devem ocorrer neste ano principalmente relacionado a passagem de frentes frias que serão os maiores aportadores de chuvas neste período, além de ciclones extratropicais que eventualmente se formem e passem pelo sul do Brasil no período que vai de abril até setembro”, explica a meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), Marilene de Lima.

Quanto às temperaturas, Marilene destaca que a previsão é de que as temperaturas mínimas não sejam muito baixas, e que o frio não se estenda além do esperado. “Deve haver pouco frio neste período de inverno. As massas de ar frio devem ser pouco duradouras e o frio não tende a ser muito intenso pela presença do El Niño, pela ocorrência de mais nebulosidade e a condição de chuvas. Com isso a tendência é que as temperaturas mínimas acabem não sendo muito baixas nem por dias consecutivos, mais de três ou quatro dias consecutivos. De uma forma geral, o inverno deve acabar na época certa”.


Cuidados com a saúde

Durante o inverno, a tendência é de registro de aumento dos casos de doenças respiratórias como gripes, resfriados, infecções, pneumonias e até meningite, visto que grupos de pessoas costumam se aglomerar em ambientes fechados para evitar o frio.

O superintendente de vigilância em saúde de Santa Catarina, Fábio Gaudenzi, alerta sobre a necessidade de se intensificar as medidas de prevenção contra doenças respiratórias neste período. “As medidas de prevenção são aquelas que a gente sempre lembra nesse período e que são simples mas muito importantes. A gente deve evitar os ambientes com aglomeração de pessoas. Quem estiver com sintomas respiratórios como tosse, coriza e secreção nas vias aéreas deve utilizar a máscara e evitar estar em contato com as outras pessoas. Também devemos higienizar frequentemente as nossas mãos, seja com água e sabão ou com álcool em gel. Também devemos lembrar da etiqueta respiratória e higiene da tosse. Quando formos tossir, cobrir com o antebraço a nossa boca para evitar disseminarmos no ambiente os vírus respiratórios que a gente possa estar transmitindo naquele momento”.

Outro cuidado importante é a atualização da carteira de vacinação, principalmente contra gripe e covid-19, além de vacina contra pneumonia e meningite para grupos específicos. “É muito importante você procurar a sala de vacina do seu município para atualizar a sua caderneta de vacinação buscando essas vacinas que vão te proteger contra as viroses neste período de inverno como também outras vacinas que são adequadas para o calendário vacinal da criança, do adulto e do idoso”, lembra Fábio.

Preocupado com a situação de emergência em saúde pública causada pela alta taxa de internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatais, pediátricos e adultos agravada pelos casos de síndrome respiratória e dengue, o governo de Santa Catarina lançou um decreto para agilizar a contratação de serviços, aquisição de itens de reparos, entre outros.

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