“É uma luz para o fim da pandemia que tanto almejamos”

Diretora da 6ª Regional de Saúde acredita que a queda no ritmo do contágio da doença na região da Amsulpar se deve a participação da comunidade na vacinação


De acordo com a diretora da 6ª Regional de Saúde de União da Vitória (6ª RS), Paula Fernanda Quaglio Krzyzanowski, até o dia 06 de novembro, a maioria das cidades que integram a Associação dos Municípios Sul Paranaense (Amsulpar) apresentaram redução no ritmo de contágio da Covid-19. O destaque vai para Antônio Olinto e Porto Vitória, que há uma semana (desde 25 de novembro) não apresentam casos ativos da doença respiratória. A informação é da 6ª RS, que monitora semanalmente a situação epidemiológica das cidades da região.

Segundo Paula, a Regional de União da Vitória apresentou recentemente a menor incidência de casos ativos e de óbitos para Covid-19 do Paraná.

“Eu não diria que seja um motivo para comemoração, pois com a pandemia ninguém ganhou nada. Penso que podemos enaltecer o trabalho de planejamento e prevenção adotado junto as secretarias de Saúde em parceria com o Governo do Estado e Secretaria de Estado da Saúde. Essa redução nos casos é uma luz para o fim da pandemia que tanto almejamos”, afirma.

A diretora cita que nestes 21 meses de pandemia foram dias de tensão, pesquisa e trabalho.

“Penso que hoje entendemos o porque de tanta rigidez no início da pandemia como é o caso do isolamento social, do lockdown (bloqueio total ou confinamento), uso de máscaras; pois desconhecíamos a doença e a preocupação de a saúde entrar em colapso era muito grande”.

De acordo com o prefeito de Antônio Olinto (PSD), Alan Jaros, o avanço da vacinação tem conseguido manter os índices e controlar a contaminação na cidade.

“A população está se vacinando e isso tem contribuído muito para a diminuição dos casos. Outro ponto importante é que a cidade segue as orientações da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde”.

Segundo o prefeito, até o momento, a administração não terá flexibilização nas medidas de combate a Covid na cidade, como uso de máscaras, distanciamento social e realização de eventos públicos. Por causa do avanço da variante delta, o gestor entende por manter as medidas sanitárias que, para ele, vem dando certo na diminuição dos casos.

“Conforme o quadro epidemiológico, daqui para frente, a administração irá analisar uma possível flexibilização das medidas”.

A equipe da secretaria de Saúde de Porto Vitória compartilha o mesmo pensamento que a administração de Antônio Olinto.


Qual é o panorama atual da Covid na região da Amsulpar?

Segundo a diretora da 6ª RS, desde 19 de janeiro quando chegaram as primeiras doses da vacina contra a Covid, acreditava-se que o cenário para o segundo semestre deste ano seria positivo ou, ao menos, mais tranquilo.

“Os municípios dispõem de uma excelente cobertura vacinal conforme a logística disponibilizada pela Regional. Fomos mais de 63 vezes buscar vacinas em Curitiba (PR) para que as cidades pudesse ofertá-la aos seus moradores”.

Em linhas gerais, a profissional acredita que o avanço da vacinação é a grande responsável pela melhora nos indicadores da gravidade da pandemia em todo o Paraná.

Conforme a 6ª RS, a maior parte dos pacientes que estão indo a óbito pela Covid, nesse momento, são os idosos com idade acima de 60 anos, porém muitos ainda irão receber a dose de reforço da vacina.

“Acredito que para reduzirmos ainda mais o risco de transmissão de doença em nossa região se faz necessário o avanço da vacinação. Hoje, aqui na região da Amsulpar, nós estamos com uma ocupação de 18% de leitos de enfermaria exclusivos para Covid e 50% de leitos UTI geral; porém, como fazemos parte da região Macrooeste, estamos abaixo dos 40% de ocupação da UTI – Covid. Isso nos traz um cenário que eu não diria confortável, mas sim, de menor preocupação. Conseguimos fazer esse descredenciamento dos leitos exclusivos da Covid na semana passada. Em fevereiro de 2020, antes mesmo da explosão da pandemia, tínhamos dez leitos de UTI geral no Hospital São Camilo, destes seis direcionados à UTI geral e quatro para a UTI Covid. Em março desse ano, quando a situação da Covid havia apresentando uma piora, fizemos um esforço excepcional junto ao Governo do Estado, Secretaria de Saúde e direção do Hospital São Camilo para a abertura de novos quatro leitos de UTI Covid. Agora, com a diminuição dos casos, estes quatro leitos foram devolvidos à população para o uso da UTI geral (como para uso em situações de trauma, infarto, entre outros). A APMI também foi um hospital parceiro em todo esse processo”.

Vale lembrar que se o quadro epidemiológico permanecer desta maneira, o Governo do Paraná considera retirar a obrigatoriedade de máscara até o Natal, caso atinja 80% da vacinação de adolescentes contra a Covid ainda este mês.

“Eu diria que ainda não é o momento de retirarmos as máscaras, porém vamos aguardar o futuro próximo e com o aval do Governo do Estado. Lembro mais uma vez que a vacina não é forçada, mas ela é para a saúde coletiva, e não apenas individual”, acrescenta Paula.

Em nota, o governador Ratinho Junior disse que o fim da obrigatoriedade será definida sem colocar em risco a saúde dos paranaenses. A importância da cobertura vacinal completa, com duas doses ou dose única, também foi salientada pelo secretário da Saúde, Beto Preto.

O uso de máscaras é obrigatório no Paraná desde o dia 28 de abril de 2020. A Lei nº 20.189 prevê multa em caso de descumprimento. A penalização varia entre R$ 106 e R$ 530 para pessoas físicas, e entre R$ 2.120 e R$ 10.600 para empresas.


Ponta Grossa

A administração de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, publicou um decreto com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços abertos. Desde 1° de novembro, segundo decreto municipal, o item passou a ser opcional, “a critério [da população] e condição sanitária”.

Apesar do decreto, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que a medida não tem validade pois “sempre vale a medida mais restritiva, neste caso, o decreto estadual, além do uso ser obrigatório por lei no Paraná”.


REDUÇÃO DE CASOS ATIVOS DA COVID
(Dados divulgados até 06/11, pela 6ª RS)

ANTÔNIO OLINTO
Casos ativos – 0
Casos confirmados – 582
Recuperados – 566
Óbitos – 16
Aguardam resultado – 5
Internados – 0

PORTO VITÓRIA
Suspeitos – 0
Casos confirmados em tratamento – 02
Recuperados – 322
Monitorados – 08
Óbitos – 09


SANTA CATARINA

Conforme a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Estado mantém pela quarta semana consecutiva (até 30 de outubro) uma tendência de redução das taxas de transmissão e do registro de casos graves e mortes por Coronavírus em Santa Catarina. A Matriz de Risco Potencial Regionalizado apontou nove regiões como risco potencial moderado (cor azul) e oito regiões como risco potencial alto (cor amarela).

Segundo a SES, houve melhora nos indicadores das regiões Carbonífera, Extremo Sul, Grande Florianópolis, Laguna, Meio Oeste, Serra Catarinense e Vale do Itapocu, que na semana anterior estavam classificadas como nível alto (amarelo), e passaram a ser classificadas como nível moderado (azul), se juntando as regiões do Alto Vale do Itajaí e Alto Vale do Rio do Peixe, que se mantiveram no nível moderado (azul).

Já nas regiões da Foz do Rio, Itajaí e Oeste, que na semana anterior estavam classificadas como nível moderado (azul), passaram a ser classificadas como nível Alto (amarelo), por apresentarem uma manutenção dos indicadores de gravidade e uma elevação no número de casos confirmados ao longo da semana.

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