Professora luta para recuperar saúde após Covid

Especialistas ainda discutem sobre a duração e a intensidade das sequelas nos recuperados da doença respiratória

Sirlei Maria Ostvald foi homenageada não apenas por uma, mas por várias pessoas que marcaram presença no dia 18, na formatura do terceirão do Colégio Estadual Casimiro de Abreu, de Porto Vitória. Ela foi citada como heroína, guerreira, valente e tantos outros adjetivos para reforçar a sua vitória diante da Covid-19.

Por vários momentos Sirlei, que é professora de química no Colégio, recebeu uma salva de palmas. Todo o carinho à ela oferecido no ato solene foi retransmitido por imagens, fotos, relatos de amigos e familiares, pois Sirlei ainda não pôde participar pessoalmente ao evento. Após um ano em que contraiu a Covid-19, a professora luta para recuperar a sua saúde e retomar as atividades de antes da pandemia.

Foto: Arquivo pessoal

Ainda em tratamento das últimas sequelas da doença, a professora que foi considerada um “Milagre da UTI” pela equipe do Hospital Regional São Camilo de União da Vitória, entra para as estatísticas da pandemia como uma das mais longas batalhas, até então, contra a doença em Porto Vitória. Ela necessitou de 76 dias de internação para tratar complicações da doença.

Sirlei apresenta comorbidades, como hipertensão e diabetes. “Sim, sou um milagre. Inclusive as enfermeiras se referiam carinhosamente a mim como o “Milagre da UTI”. Acredito que Deus faz esses milagres através da ciência”, afirma ela.

Aos 48 anos, começou a sentir os sintomas no dia 27 de novembro de 2020. Apresentou dores de garganta, dores no corpo, na cabeça, tosse seca e falta de ar. Os sintomas se agravaram e ela necessitou de hospitalização, sendo inclusive intubada. A luta pela vida começou no dia 04 de dezembro; a alta hospitalar aconteceu somente em 18 de fevereiro. “Toda a minha família foi infectada, mas graças a Deus, foram casos leves ou assintomáticos. As possibilidades sobre como contraímos o vírus são muitas e se torna impossível afirmar local ou de quem nos contaminamos”, conta.

Recuperação

Desde a alta hospitalar, Sirlei frequenta a fisioterapia. “Fiz uma cirurgia de reconstrução da região sacral que teve boa cicatrização, porém tenho mais uma cirurgia para fazer. Continuo com a sonda vesical (tem como propósito drenar a urina do paciente) e bolsa de colostomia (para coletar o conteúdo fecal, facilitando o processo de evacuação do paciente). Consigo me movimentar com ajuda do andador e da cadeira de rodas. Estou feliz que já realizo algumas atividades diárias, porém sempre monitorada por alguém. Então já fiz bolachas para o Natal e vou concluir um bolo (risos). Vamos comemorar a vida e o renascimento com a família porque vencemos juntos”, disse.

De acordo com o Portal G1, ainda há muita discussão entre especialistas sobre a duração e a intensidade das sequelas nos recuperados da Covid-19. O Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), localizado em Florianópolis (SC), está pesquisando os efeitos no sistema respiratório dos recuperados.

O estudo busca voluntários que tiveram Covid-19. Pelos próximos quatro anos, os pesquisadores vão acompanhar possíveis sequelas no pulmão, no coração e até a perda de força muscular. Qualquer um que testou positivo pode participar.

Já uma universidade particular de Balneário Camboriú (SC), está ajudando pacientes recuperados a retomar os movimentos. Os alunos do curso de fisioterapia, orientados pelos professores, atendem aos pacientes.

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