Energia solar é uma solução renovável para quem quer gastar menos

Paraná é o quinto estado com maior quantidade de potência gerada por painéis solares no país

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No início do mês, a bandeira tarifária da energia elétrica passou para o estágio vermelho patamar 2, o que representa um acréscimo de 52% no preço de 100kWh consumidos. Sendo assim, o valor, que antes era de R$ 6,24, passou ao patamar de R$ 9,49. A mudança se deve a crise hídrica enfrentada pelo Brasil, que tem afetado os reservatórios das usinas hidrelétricas. Dessa forma, para garantir o abastecimento de energia elétrica em todo o país, é necessário o acionamento da produção de energias mais caras, como a termelétrica, repassando parte da despesa extra aos consumidores.

Com o impacto que o gasto com energia elétrica tem no bolso do consumidor, uma outra opção para garantir esse item indispensável tem se popularizado: a energia solar. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), divulgados no início de julho, o Brasil possui, atualmente, 391.678 residências com painéis de energia solar instalados, o que gera cerca de 2.465,4 megawatts todos os meses.

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O Paraná é o quinto estado com maior quantidade de potência instalada. O primeiro do ranking é Minas Gerais, seguido por São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. A energia solar representa 1,9% de toda a energia gerada no país, enquanto que a gerada por hidrelétricas ocupa 59,3% do mercado.


Posso ter energia solar na minha casa?

A resposta é: talvez.

Segundo João Carlos de Souza, responsável pelo setor de Energia Solar da Perfect Soluções, esse tipo de geração de energia só não é indicado para quem tem um consumo muito baixo.

“Qualquer um pode instalar a energia solar. É indiferente se é em residência, comércio ou indústria. Basta a gente fazer uma análise da fatura do cliente e ver se ele realmente precisa de energia solar. Tem alguns clientes que gastam, por exemplo, 150 quilowatts, aí a taxa mínima desse cliente da concessionária é de 100 quilowatts, então instalar um sistema para 50 quilowatts só não compensa, vai demorar muito tempo para se pagar. Fora essa situação, qualquer cliente que tenha consumo de energia, quanto mais elevado, melhor vai ser o retorno”, comenta.

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Uma vez atestado que a energia solar é uma boa opção, vem o momento da instalação. João Carlos explica que o sistema consiste em painéis que captam a energia dos raios solares e os transformam em energia em corrente contínua. Após isso, a energia é conduzida por uma fiação até um inversor de frequência, que é responsável em transformar a energia em corrente contínua para energia em corrente alternada, que é a forma utilizada em residências, indústrias e no dia a dia em geral.

Uma vez instalada, a energia produzida pelos painéis solares é utilizada pelo cliente de três formas: a primeira é para seu consumo direto e instantâneo; a segunda é a injeção da energia excedente, ou seja, a energia produzida mas não utilizada pelo cliente, na rede da concessionária de energia, gerando créditos para o produtor; e a terceira é a captação de energia da rede da concessionária quando a energia produzida pelos painéis não for suficiente para suprir a necessidade do usuário. Quanto ao pagamento da energia, essa fica restrita a taxas obrigatórias da concessionária e a diferença entre a energia injetada na rede e a consumida.

“A fatura é reduzida a apenas a taxa mínima e iluminação pública. Fora isso, o que mais ele (consumidor) vai pagar? Ele vai pagar um valor para a concessionária da energia porque ele injetou na rede e resgatou depois para fazer a troca dos créditos nos horários em que o solar não conseguiu suprir ele. Então, essa diferença aí de quilowatt injetado com o que ele resgatou, dá em média 20 e poucos centavos”, indica João Carlos.

Para os interessados, é válido ressaltar os possíveis subsídios fornecidos pelo Governo e por instituições bancárias que permitem o financiamento desse tipo de equipamento.

“Para o homem do campo sempre tem linhas de financiamentos com taxas bem atraentes. Esse mês [julho] será lançada uma linha de crédito para os produtores rurais. Para os demais, os bancos privados têm taxas de juros muito atraentes para financiamento dos sistemas”, comenta João Carlos.

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E o meio ambiente?

A energia solar é considerada um tipo de energia limpa, ou seja, para sua produção, não é necessário a utilização de poluentes, como aquela obtida pela queima de combustível, por exemplo.

Porém, o descarte dos equipamentos é algo para se ter em mente. Os Estado Unidos fechou o ano de 2020 com cerca de 19 gigawatts instalados. Para título de comparação, um megawatt equivale a 0,001 gigawatts. Por lá, os incentivos governamentais causaram uma alta procura do equipamento. Esses mesmos incentivos têm feito com que parte da população busque trocar equipamentos ainda novos por outros mais modernos, gerando uma produção de lixo inesperada. A vida útil de um painel solar é de mais de 25 anos, não há necessidade para substituí-lo antes disso.

Pesquisadores da Universidade de Harvard estimam que nos Estados Unidos, se a projeção de descarte de equipamentos ainda úteis se concretizar, em 2050 a produção de lixo vindo de painéis solares pode chegar a 315 mil toneladas no país, considerando apenas instalações residenciais. Mas, apesar da grande quantidade de resíduos projetados para 2050, é importante ressaltar que até 97% dos materiais das placas de energia solar podem ser reciclados ou utilizados em outros processos.

Esse problema abre espaço para um novo ramo de reciclagem. Os Estados Unidos, percebendo o descarte inapropriado, irão regulamentar uma legislação própria para a reciclagem deste item. No Brasil, as fábricas são responsáveis pelo recolhimento dos painéis quando esses não podem mais ser utilizados.

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