Precisamos votar nos nossos

Caro leitor, vamos propor um exercício de reflexão: quantas pessoas no Vale do Iguaçu você conhece e que possuem o número do celular do presidente Bolsonaro? E do ex-presidente Lula? E dos atuais governadores Carlos Moisés e Ratinho Júnior? E além de ter o contato telefônico, quais dos políticos acima citados você acredita que atenderiam de imediato uma chamada oriunda de União da Vitória ou de Porto União?

Em contrapartida, quantos cidadãos você conhece e que têm acesso direto ao ex-prefeito e agora candidato a deputado federal Santin Roveda? Ou do ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado e agora candidato a deputado estadual Hussein Bakri? Ambos se apresentam como as melhores viabilidades eleitorais que o Vale do Iguaçu possui de representação política tais ligações sejam atendidas, no atual pleito. Reflita.

Longe de negar o direito de qualquer outra candidatura local, as análises políticas dão conta de que os únicos que têm alguma chance real de eleição direta e, mesmo assim com projetadas dificuldades são os dois ex-prefeitos. E apenas citando o lado paranaense.

Isto porque União da Vitória é classificada como uma cidade-sede e integra a microrregião político-administrativa reconhecida por AMSULPAR (Associação dos Municípios Sul Paranaense), que engloba também Bituruna, Cruz Machado, Antônio Olinto, General Carneiro, Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória e São Mateus do Sul. Juntos, esses municípios concentram votos suficientes para dar um importante impulso inicial a uma candidatura estadual e/ou federal, e mesmo assim os candidatos dependerão de um esforço extraterritorial com votações relevantes em outras cidades. Mas sem uma expressiva votação aqui, as candidaturas são praticamente natimortas.

Do lado catarinense do Vale do Iguaçu, é duro aceitar que a cidade-sede de qualquer viabilidade eleitoral seria Canoinhas e não a nossa querida Porto União; que possui as candidaturas estaduais femininas de Suelen Geremia e Mariane Schorr, além do ex-prefeito Anízio de Souza na disputa federal.

Nem Jesus Cristo com toda sua magnificência agradou a todos e não seria um único candidato a obter todos os votos da comunidade. Assim sendo, é importante que grupos alternativos também obtenham apoio para candidaturas externas e que possam se tornar não apenas suporte adicional, mas eventualmente um literal ponto de apoio à nossa região em caso de um inesperado insucesso. Obviamente neste caso, fortalecendo vínculos com candidaturas que tenham objetivamente alguma ligação forte e significativa com o Vale do Iguaçu, suas lideranças e seus cidadãos, e não apenas com os eleitores; pois já dizia o ditado: “é a distância que cria os fantasmas”.

Precisamos abraçar a ideia de que política é antes de tudo relacionamento, algo que requer nutrição e cultivo permanente. A comunidade necessita estar com os políticos, dialogando, debatendo, demandando; porém também apoiando, comparecendo e votando. É uma via de mão dupla. Não há vácuo no poder e não há democracia fora da política.

É essencial elegermos os nossos pois ninguém dedicará tanta atenção quanto aqueles cuja vida e família convivem conosco; mas não podemos nos afastar de que a realidade impõe a necessidade da construção de alternativas constantemente. A vida em sociedade, a política e a democracia avançam e são construídas eleição após eleição. Sempre foi assim e assim será, enquanto houver democracia.

Viva o Brasil!

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