Espaço Cultural: “Na minha memória”

A boa miscigenação de raças na região iguaçuana, onde estão as cidades de Porto União e União da Vitória, sempre promoveu uma competição alviçareira na evolução, tanto material quanto cultural. Se União da Vitória é um Município “modelo” e sua cidade “rainha do Vale”, Porto União é o Município “hospitaleiro” que tem a “cidade amiga”. Ambas são, reconhecidamente, um “celeiro” de cultura.

Espaço Cultural: "Na minha memória"

Orquestra Filarmônica União. Da esquerda para a direita 1ª fila: Bruno Berh, Napoleão Feijó, Albino Wengrskiewicz, Yvonich Furlani, Ernesto Bieberbach, Herbert Sigwalt, Cipriano Tavares, Adolf Kirchner. Fila da frente: Carlos Gayer, Leoni Schwartz, Therezinha Gayer, Odete Martins, Helga Beat Will, José Kretchek, Odilo Schmith e Alvin Ulrich.

Há pois, uma Memória a ser preservada em torno daqueles que se revelam desde os primórdios dessas cidades, lindamente emolduradas pelo Iguaçu.

A arte fotográfica de quem captou a travessia do nosso rio pelos tropeiros, pelas canoas, balsas e pontes, servindo-se de um tripé para colocar a máquina de fole e dela retirar a chapa de vidro, para ser revelada e copiada, até que, a mais aperfeiçoada, máquina sueca de Claro Janson, quando aqui residiu, deixasse um precioso acervo.

Sempre assimilei o pensamento de que, enquanto houver Memória o sonho de liberdade não será esquecido. E quem melhor para alimentar esse sonho do que aquele que, em diferentes campos da arte, sem preconceito de espaço, imortaliza seu nome?

Chegar a longevidade, no lugar que se nasce e vive, ter a ventura de acompanhar sua história em diferentes aspectos de uma época e, vez por outra registrá-los, é privilégio de poucos.

Na minha memória, já de muitas primaveras, tive a ventura de conhecer e desfrutar de inspirações nos trabalhos fotográficos, literários, musicais, artesanais e artes plásticas em suas modalidades.

Nomes dos fotógrafos, Carlos Ihlenfeld, José Pacheco Cleto, Arthur Santos, Miguel Nowacoski, Engelbert Schwab e Arlindo André Deboni integram muitos acervos particulares, públicos e são reproduzidos em obras literárias.

Na literatura, historiadores, romancistas, poetas, contistas, cronistas e teatrólogos, recrudecem o conhecimento histórico, criam personagens, captam a beleza, expressam sentimentos, narram fatos pitorescos e deixam registrado o cotidiano, em compêndios, jornais e revistas.

São nomes desde há muito numa Academias de Letras, num Instituto Histórico Geográfico, nos Centros de Letras, nas bibliotecas e cujas obras, muito requisitadas, ficam no compasso de espera para uma reedição. Lembro aqui, Alvir Riesemberg, José Cleto da Silva, Francisco Filipak, Odilon Muncinelli, Herminio Milis, Josaphat Llona Cleto, Yeda Cordeiro Ramires, Helena Klotz, Nelson Sicuro, Yvonich Furlani, Dalila Bitencourt, Maria Daluz Augusto, Hermogenes Lazier, Dirceu Marés de Souza, Idazima Boz, Elias Domit, Luiz Gonzaga Feijó, João Farani Mansur Guérios, Agnelo Bannach

A música, alma de um povo, teve sua disseminação com imigrantes e seus descendentes, inicialmente alguns clássicos, para chegar ao popular e sertanejo. São muitos aqueles que cultivaram hábitos musicais como acordeonistas, violinistas, pistonistas, flautistas, pianistas, saxofonistas, violonistas, percursionistas, maestros, regentes coralistas, incentivadores e promotores na formação de grupos folclóricos.

Na harmonia dos sons, do interesse pela arte musical, deixaram saudades Orlando Milis, José Maltauro, Emílio Taboada Diez, Nito Gaspari, Felício Domit, Ernesto Bieberbach, Abilio Heiss, João Hort, Teresa  Bieberbach, Djanira Amin Pasqualin, Cipriano Tavares, Eurico Capriglione, Alberto Litzmayer, Leony Geanine. Na formação de grupos Guerino Massignan, Reinaldo Marcolin, Vitorino Bona, Lizelot Binderman, Fritz Polmann.

Alguns deles integrando conjuntos, corais e orquestras. Lembro Deco e seu Regional, Jaz Tupã, Demônios da Cerração, ViceVersa, Coral Bento Mossurunga, Grupo Giroma, Coral Stela Maris, em apresentações sociais, cívicas, religiosas e assistenciais, realizadas nos clubes, templos e auditórios das nossas duas cidades e também de outros municípios.

Trabalhando com os vários materiais disponíveis, tecidos de seda, algodão e feltro, fios, palha, madeira, gesso, argila, ferro, temos nomes de artesãos em objetos decorativos, calígrafos nos diplomas de honraria e na criação das artes gráficas em geral.

Adolfo Siebeneicher, Bruno Storck, Fernando Moeche, Malke Guérios, Matilde Bugdol, Lúcia  Kroetz de Oliveira, Astrogilda de Mattos, Maria Júlia de Mattos, Yara Abdala, Orfélia Feijó, Gilberto Martines Carrer

Nas artes plásticas, abrangendo pintura e escultura, desenho, bico de pena, nomes de Eric Will, Eugênio Schwalof, Ernest Bieberbach, Amadeu Bona, Menaide Tropak, Maria Lúcia Hassan, Ermindo  Francisco Roveda, Sônia Will Bernardon

Estes, alguns dos nomes hoje num outro plano, guardados nos escaninhos da minha memória. Aqueles que tive o prazer de conhecer e enaltecer. Belos trabalhos, alguns que levados ao exterior projetam aplausos para artistas de nossas duas cidades.

Certamente o leitor, que me dá o prazer desta coluna, poderá acrescentar outros nomes para recrudescer a Memória do querido Vale do Iguaçu.

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