Vitor Gabriel recebeu um rim de presente de aniversário

Da doação de órgãos, ao transplante


Aos sete anos, menino teve um aniversário inesquecível. Em breve, terá mais uma festa na sua cidade natal, Porto Vitória


(Arquivo Pessoal)

O pequeno Vitor Gabriel Barboza carrega uma luta pela vida de gigantes. Da angústia e das lágrimas à esperança de uma vida normal. O guerreiro de olhos azuis se tornou forte e nunca esteve só. Vitor sempre esteve amparado pela sua fiel escudeira, a Elaine Patrícia, sua mãe. A história do menino hoje é compartilhada por ela com alegria.

Digna de uma celebração, Vitor Gabriel completou seus sete anos de idade no dia 23 de julho e recebeu um rim de presente de aniversário. Para a família e amigos o dia 25 de julho, data do transplante do órgão, será sempre comemorado.

Conta Elaine, que a partir de agora, a expectativa é de uma nova rotina ao Vitor Gabriel. Desde o seu nascimento, o menino viaja de Porto Vitória, sua cidade natal, com destino ao Hospital Pequeno Príncipe em Curitiba (PR). Com o tempo, as idas à capital do Estado ficaram mais intensas, acontecendo três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras.

“Foram momentos muito sofridos e difíceis, pois mesmo durante a pandemia o Vitor necessitou viajar para a realização das sessões de hemodiálise. Eram viagens de extrema necessidade, porém nem sempre as sessões ocorriam como previsto. Em algumas ocasiões o cateter não funcionava. Agora, graça à Deus, tudo vai dar certo”.

Ainda bebê, aos sete meses, Vitor Gabriel realiza a diálise peritoneal, que é realizada conforme a necessidade de receber um transplante de rim para deixar de fazer o tratamento.

“Quando ele completou um ano e seis meses a equipe médica o encaminhou para hemodiálise, que é um procedimento através do qual uma máquina filtra e limpa o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. Nestes sete anos de caminhada, tudo aconteceu no Hospital Pequeno Príncipe e foi então que ele entrou na fila de espera”, conta.

(Arquivo Pessoal)

O transplante de um rim para o Vitor Gabriel era considerado urgente.

“Tínhamos muito receio de que o cateter parasse de funcionar e que ele viesse a óbito e sem um transplante. Deus providenciou esse presente para que ele sobrevivesse”.

Após o transplante, o Vitor Gabriel segue internado no Hospital Pequeno Príncipe em observação e aguarda a sua total recuperação.

“A equipe de transplantes do Hospital nos chamou no dia 24 de julho para que o Vitor concorresse ao transplante. Ele estava em primeiro lugar na lista. Então, se a compatibilidade do rim desse certo com o doador (já falecido) o órgão seria dele. A compatibilidade aconteceu e o transplante ocorreu no dia 25 de julho, às 16h30. Foi um presente de aniversário. Naquela mesma ocasião, aconteceu a última sessão de hemodiálise. Desde então, o rim vem funcionando bem. Só tenho a agradecer a todos os envolvidos e que torceram pela sua recuperação com tanto carinho”.

Vitor Gabriel já havia recebido um rim em outubro de 2017.

“Em 2019 o órgão parou de funcionar. Simplesmente parou. Ele apresentou uma rejeição e precisou retomar o tratamento para sobreviver até que um novo transplante acontecesse”.

No Brasil, entre janeiro a junho de 2018, foram realizados 221 transplantes pediátricos: 152 de rim; 44 de fígado; 18 de coração; e 7 de pulmão, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).


Como funciona a lista de transplantes

Para receber um órgão, o potencial receptor deve estar inscrito em uma lista de espera, respeitando-se a ordem de inscrição, a compatibilidade e a gravidade de cada caso. A lista é única, organizada por estado ou por região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais.


Órgãos mais procurados

Rim é o órgão mais procurado por quem busca um transplante. A fila inclui quase 35 mil pessoas, praticamente metade do total de pacientes que precisam de um órgão doado.

Voltar para matérias